Brasileiro preso na Indonésia pode ser fuzilado hoje
O brasileiro Rodrigo Gularte e mais sete estrangeiros – dois australianos, uma filipina e quatro nigerianos, além de um indonésio, todos condenados por tráfico de drogas, poderão ser fuzilados entre a noite desta terça (28) e quarta-feira (29), no horário de Jacarta. As famílias dos condenados à morte fizeram hoje a última visita antes da execução dos nove presos, que ocorrerá nas próximas horas, apesar da intensificação das pressões internacionais contra a pena capital.
Ambulâncias transportando caixões brancos já chegaram ao complexo prisional de Nusakambangan, local onde estão os condenados à morte.
No sábado (25), os condenados receberam a notificação da execução, que ocorrem normalmente pouco depois da meia-noite (14h no horário de Brasília). Os meios de comunicação australianos publicaram fotos de cruzes mortuárias destinadas aos caixões dos condenados, com a data de quarta-feira.
A mãe de um dos australianos condenados à morte confirmou que o filho será executado, nesta terça, às 14h no horário de Brasília.O francês Serge Atlaoui, de 51 anos, foi retirado desta lista de execuções, no sábado, devido a um recurso que está tramitando na Justiça indonésia.
Entretanto, o porta-voz do procurador-geral indonésio, Tony Spontana, reafirmou hoje que no caso de o recurso ser rejeitado Atlaoui será executado sozinho e as autoridades não esperarão “muito tempo”.
O presidente indonésio, Joko Widodo, está implementando uma linha dura contra os traficantes de drogas no país e se recusa a desistir das execuções.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon pediu, no domingo (26), para o governo indonésio não executar as nove pessoas, reiterando a tradicional oposição da instituição à pena capital.
Já o governo do Brasil continua com os esforços diplomáticos para tentar evitar a execução do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, embora as autoridades indonésias já tenham confirmado que ele também será fuzilado.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse, no sábado, que o governo prossegue os contatos regulares de mais “alto nível” com Jacarta, para tentar convencer a Indonésia a suspender a execução por razões humanitárias, uma vez que Gularte sofre de esquizofrenia.
Gularte foi preso em julho de 2004 após entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos dentro de pranchas de surfe e foi condenado à morte em 2005.
Vieira disse que os diplomatas brasileiros em Jacarta continuam prestando assistência consular “tanto quanto é possível” para defender os interesses de Gularte, mas respeitando a soberania do país asiático e reconhecendo a gravidade do delito que ele cometeu.
Publicado por Lana Martins