As ações realizadas pela Vigilância em Saúde, pelo Serviço de Atendimento Especializado (SAE) e pelo Comitê de Transmissão Vertical, em Brusque, foram destaques no Rádio Revista Cidade desta quarta-feira (11). Um dos trabalhos desses órgãos é acompanhar pacientes com sífilis, doença sexualmente transmissível. Este ano, até o momento, mais de 200 pessoas foram notificadas com a sífilis adquirida em Brusque. A informação foi dada pela coordenadora do SAE e do Comitê, enfermeira Gisele Pruner Kogushi, que participou do programa juntamente com a diretora de Vigilância em Saúde, Carol Maçaneiro.
O tratamento da sífilis é feito nas unidades públicas de saúde. A doença pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto. Gisele disse que Brusque tem em média 36 gestantes com sífilis adquirida. Elas precisam usar Benzetacil (antibiótico) para evitar que a doença se torne congênita. “A sífilis congênita é mais complicada, é mais complexa. Temos este ano nove casos de mães que não trataram adequadamente”, ressaltou a enfermeira. “Por mais que as pessoas usem preservativo, porque a gente sabe que a sífilis só o contato com mucosa ou pele, que tem algum abrasão ou fissura, pode transmitir”, lembrou. E acrescentou: “assim como a gente tem a meta até 2030 de que a Aids deixe de ser um problema de saúde pública, a sífilis ainda a gente não conseguiu controlar. É uma doença tão antiga e a gente ainda está tendo muitos casos”.
Dengue
Os casos de dengue em Brusque podem aumentar entre o fim de dezembro e a primeira quinzena de janeiro. “A gente tem esse alerta grande”, destacou Carol. Conforme ela, ainda há muitos focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, no município. Na tentativa de reduzi-los, a diretora disse que a intenção é que os mutirões de limpeza nas ruas e nos pátios das residências sejam retomados. No primeiro semestre deste ano, as equipes da Vigilância e da Secretaria de Obras recolheram 608 toneladas de lixo. Os resíduos estavam nas ruas e nos pátios das residências.
Carol ressaltou que a conscientização por parte da população é fundamental para prevenir a doença. “Não tem fórmula mágica, se não for eliminando os criadouros.”
A vacina da dengue está disponível na rede pública de saúde para a população entre 10 e 14 anos. Brusque recebeu do Ministério da Saúde oito mil doses da vacina.
Certificação Prata
O município de Brusque recebeu do Ministério da Saúde, recentemente, a Certificação Prata refere às boas práticas desenvolvidas no acompanhamento de pacientes com hepatite B. Gisele mencionou que não tem muitas crianças com a doença em Brusque, mas o município precisa atingir metas para receber o sele de erradicação. “A gente fez um relatório. Teve que preencher alguns indicadores de impacto e alguns indicadores de processo. Vários indicadores que precisam ser alcançados, como consultas de pré-natal e vacinação de mulheres em idade fértil, que fez com que a gente alcançasse o selo prata rumo à eliminação”, explicou.
Gisela comentou que as gestantes com hepatite são acompanhadas pela Vigilância. “É realizada carga viral, monitoramento. Algumas precisam entrar com medicação, outras não, só acompanhamento. E na hora do parto essa criança ela recebe, além da vacina da hepatite b, ela recebe imunoglobulina. Não é proibido a amamentação dessas crianças. Só em situações que tenha algum tipo de sangramento.”
Carol assinalou que o trabalho é diário. “De segunda a segunda. Dar vacinação em todos os bebês que nascem nos hospitais aqui. Não sai ninguém do hospital sem a vacina. Essa busca é mérito da Vigilância Epidemiológica. Nasceu, a gente está lá vacinando. Quando escapa um, a gente faz essa busca e vai em casa vacinar, mas não escapa mais. Há alguns anos, a equipe da Vigilância foi premiada com esse trabalho.” De acordo com ela, é um trabalho em rede, envolvendo todos os setores da Secretaria de Saúde. “Desde a atenção primária, que é a porta de entrada, até o serviço especializado, que é o SAE. Busca ativa para que não tenha a transmissão na hora do parto. É um trabalho em rede de toda a Secretaria de Saúde para que esse objetivo seja alcançado.”
Gincana de imunização
As equipes da Vigilância finalizaram nos últimos dias a gincana de imunização. “A gincana, ela superou. Foram 30 dias e aplicadas 1,3 mil doses”, informou Carol.
A diretora salientou que ainda há muita resistência com a vacina para prevenir a Covid. “O pós-covid nos traz bastante dor de cabeça. Tem uma grande rejeição pela vacina da Covid ainda. A gente precisa trabalhar isso. Este ano, desde 1º de janeiro, ela virou obrigatória no calendário dos bebês. Essa fuga das salas de vacina é por conta dos pais não quererem vacinar com essa vacina. Esbarra na vacina da dengue também”, destacou.
Dezembro Vermelho
Carol e Gisele também falaram sobre o Dezembro Vermelho, que marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
Atualmente em Brusque, 1.126 pessoas com HIV/Aids são atendidas. Dessas, 909 residem na cidade. “Além da gente atender a população de Brusque, a gente também atende o quantitativo de outros municípios que acabam vindo receber medicação e assistência conosco”, informou Gisele, acrescentando que, pela questão do sigilo, as pessoas com HIV/Aids têm direito de escolher onde querem fazer o tratamento.
Nesta sexta-feira (13), Carol disse que as equipes da Vigilância farão uma ação de conscientização sobre o Dezembro Vermelho, no centro da cidade, das 9h30 às 11h30.