(VÍDEO) Preparador físico fala sobre desafios do Brusque com lesões

Na busca para escapar da zona de rebaixamento, o Brusque Futebol Clube enfrenta um problema além dos resultados em campo. Com o departamento médico lotado e mais de 10 jogadores afastados, o técnico Marcelo Cabo tem poucas opções para montar um time competitivo e alcançar as vitórias necessárias para evitar o descenso.

Diante do alto número de lesões e dos questionamentos sobre a preparação do time, a reportagem da Rádio Cidade conversou com o preparador físico George Castilhos para entender o atual cenário e o motivo de tantas baixas na equipe.

Castilho comentou sobre as dificuldades que o time enfrenta com as lesões: “Lesões, na verdade, numa fase crucial do campeonato. Estamos sofrendo muito, são 11 lesões hoje, sendo 7 articulares e 4 musculares. É uma fase crucial, que envolve final de temporada, desgaste dos atletas, algumas dificuldades que encontramos, e isso cria grandes desafios.”

Ele explicou como a equipe tem lidado com essas adversidades: “Estamos precisando tomar decisões e nos adaptar a novas situações por causa dessas lesões. Fomos pegos de surpresa com jogadores importantes ficando de fora de grandes jogos, num momento que não esperávamos isso.”

Tipos de lesões

Questionado sobre os tipos de lesão dos atletas, Castilho detalhou: “Sobre cada lesão, é difícil lembrar de todas. Algumas são articulares, resultantes de traumas, edemas e lesões por estresse ósseo, que podem ser causadas por desgaste, impacto em campo, ou até mesmo um treino mais intenso. Temos dois atletas, o Pivô e o Ronei, com edemas ósseos e lesões por estresse. Eles estão sob medicação, e isso limita nossa capacidade de colocá-los em campo, pois o limiar de dor é a nossa referência.”

Ele mencionou também as lesões por trauma: “Também há lesões por trauma, aquelas pancadas inesperadas, como a que ocorreu com Ocampo. Além disso, temos algumas lesões musculares, que pegam a gente de surpresa. São quatro no total, mas afetam atletas importantes, como Paulinho Moccelin e o Poleiro, que são atacantes fundamentais na linha de frente. Essas lesões musculares, especialmente no final de temporada, costumam exigir de duas a quatro semanas de recuperação.”

Recuperação física

Sobre a individualidade dos jogadores, Castilho detalhou o trabalho de controle de esforço físico: “Na verdade, cada jogador é individual. Conseguimos saber quanto cada um tem que correr, já temos números do ano inteiro. Estamos aqui desde o começo da temporada, e sabemos o quanto cada atleta correu nos jogos em que rendeu bem e quando ele ficou abaixo do esperado. Temos todos os dados. Se perdermos algum jogo e a equipe apresentar um rendimento físico abaixo, temos certeza de que saberemos o motivo.”

Ele destacou também a importância da recuperação física nesta fase final da temporada: “Talvez a grande dificuldade nesse final de temporada não seja quanto eles vão correr, mas quanto estarão descansados para o próximo jogo. Acredito que a grande diferença nesta reta final é essa: o quanto conseguimos recuperar o time para que esteja pronto para o próximo jogo. Não adianta mais treino agora, mas sim descanso. Quanto mais descansados de um jogo para o outro, melhor eles estarão.”

Retornos

Questionado sobre a possibilidade de retorno de alguns jogadores, Castilho informou: “Existem grandes possibilidades. Hoje, o Keké volta a treinar, o Alemão já vem treinando há 10 dias com o grupo e também está à disposição do treinador. O Keké faz um treino hoje, se correr bem, faz um segundo trabalho amanhã, um terceiro… Acredito que o Alemão e o Keké são os dois atletas que podem aparecer se o treinador optar por eles.”

Ausências no jogo da Ponte Preta

Sobre os atletas ausentes na partida contra a Ponte Preta, Castilho esclareceu: “Paulinho Mocelin, com a lesão que ele está tratando, não tem condições. Ele e o Poleiro, esses atletas ainda estão no departamento médico. Agora é uma luta diária para avaliar a evolução deles, e a comissão técnica fica na expectativa para saber quando poderá contar com eles. No momento, temos o Alemão e o Keké de volta, além do DG e do Dentinho.”

Gramado sintético 

Ao ser questionado sobre o impacto do novo gramado sintético, Castilho comentou: “O sintético é uma realidade, né? Ele não é um gramado natural. Com certeza, ele tem um pouco mais de impacto do que a grama normal. O jogo fica mais rápido, mais intenso, e os números mostram isso, especialmente em jogos com o campo molhado. No entanto, ele é um piso um pouco mais duro que a grama. Isso gera mais impacto para o corpo do atleta, mais desgaste e um pouco mais de dor. Um campo de grama natural causa menos impacto e desgaste, enquanto o sintético é mais exigente nesse aspecto. Precisamos estar atentos a essa diferença.”