Nesta quarta-feira (25), o candidato à Prefeitura de Brusque pelo Democracia Cristã (DC), Danilo Visconti, participou do programa "Rádio Revista Cidade" em uma série de entrevistas com os postulantes ao cargo nas eleições de 6 de outubro. A conversa foi conduzida pelos jornalistas Dirlei Silva e Rodrigo Santos.
“Enxugar a máquina” e mudança de mentalidade na gestão
Visconti destacou que a primeira medida essencial para sua administração é “enxugar a máquina”. Em sua visão, a atual estrutura administrativa é insustentável e impede investimentos necessários para o desenvolvimento da cidade. “Cargo comissionado, não vote em mim. A partir de 1º de janeiro, você estará na rua, porque vou limpar a prefeitura. Se não fizermos isso, Brusque continuará dependente de empréstimos e convênios, sem recursos próprios para investir no que realmente importa”, declarou.
O candidato também enfatizou a necessidade de uma mudança de mentalidade na gestão pública. Ele criticou a atual estrutura administrativa, com mais de 4.700 funcionários e cerca de 260 cargos comissionados, afirmando que isso dificulta a realização de investimentos importantes. “Temos diretores-gerais ganhando mais de R$ 18 mil por mês, enquanto o cidadão comum não chega nem perto disso. Como podemos gerir uma cidade de 150 mil habitantes com tantos altos salários para cargos comissionados?”, questionou.
Visconti prometeu reduzir pelo menos 70% dos cargos comissionados, mantendo entre 70 e 80 desses postos, o que resultaria em uma economia de R$ 30 a R$ 35 milhões anuais. Esses recursos seriam direcionados para áreas prioritárias, como pavimentação, reformas de UBSs e construção de uma UPA e uma estação de tratamento de água. Ele criticou promessas eleitorais de grandes obras, afirmando que o orçamento atual não comporta tais projetos. “Com 46% a 47% do orçamento comprometido com a folha de pagamento, não podemos fazer essas obras. Precisamos de foco e de uma gestão eficiente”, concluiu.
Relacionamento com os servidores e reposição de afastados
Visconti ressaltou sua experiência positiva com os servidores efetivos, destacando que são competentes e conhecem bem a prefeitura. “Se a administração fosse apenas feita por servidores efetivos, a qualidade do serviço seria mantida”, afirmou. No entanto, ele criticou a presença de cargos comissionados que, segundo ele, sobrecarregam os servidores efetivos e deixam a administração em condições precárias ao sair.
O candidato mencionou sua participação na criação da lei contra o assédio moral no serviço público e seu desejo de valorizar os servidores efetivos. “Minha proposta é focar no servidor efetivo, garantindo condições adequadas de trabalho e reduzindo a pressão sobre eles”, disse. Ele explicou que, ao reduzir os cargos comissionados, seria possível abrir um novo concurso público para repor servidores afastados. “A ideia é otimizar a administração e garantir que os efetivos sejam valorizados e apoiados”, finalizou.
Quem representa a direita em Brusque nesta disputa eleitoral
Visconti se posicionou sobre o discurso dominante na campanha, diferenciando-se do rótulo simples de "candidato de direita". Ele se definiu como conservador, destacando a diferença entre conservadorismo e direita. “Sou conservador, o que é diferente de ser simplesmente de direita. Um conservador reconhece problemas como a pobreza e busca soluções, enquanto algumas visões da direita podem ignorar esses problemas”, explicou.
Ele enfatizou que seu conservadorismo é baseado em princípios sólidos e em uma visão pragmática, contrastando com a polarização entre direita e esquerda. “Ser conservador é mais do que se alinhar a qualquer líder político. É sobre adotar princípios que buscam soluções práticas para problemas reais”, afirmou. Visconti destacou que sua campanha se concentra nas necessidades de Brusque e não nas disputas nacionais polarizadas.
Envolvimento da família na educação
Visconti lamentou a falta de envolvimento das famílias na educação, um problema que, segundo ele, se reflete em todo o Brasil. Ele pretende implementar eventos e atividades escolares que incentivem a participação dos pais e responsáveis na educação dos filhos. “Quero aproximar as famílias das escolas para que possam acompanhar e participar do processo educativo”, afirmou.
O candidato também propôs parcerias com movimentos religiosos para a construção de creches, em vez de prometer obras de alto custo. “Vamos trabalhar com instituições religiosas para construir creches e comprar vagas, resolvendo o problema de forma rápida e eficiente”, sugeriu.
Criação da Guarda Municipal Armada
Visconti destacou a necessidade urgente de criar uma Guarda Municipal Armada em Brusque, dada a taxa de crescimento acelerado da cidade, que pode ultrapassar 200 mil habitantes até 2030. “Nossa segurança precisa acompanhar o crescimento. Não podemos esperar que os problemas se agravem”, disse.
Ele propõe transformar a atual Guarda de Trânsito em uma Guarda Municipal Armada, focada na proteção do patrimônio público e privado. “Vamos reorientar a Guarda de Trânsito para a segurança patrimonial, o que inicialmente nos dará um efetivo de 22 pessoas. Além disso, o município poderá acessar convênios estaduais e federais para a estruturação da guarda”, explicou.
Visconti citou o exemplo de Balneário Camboriú, que possui uma Guarda Municipal Armada bem equipada e é uma das cidades mais seguras do Brasil. “Quero fazer o mesmo por Brusque, preparando nossa Guarda para os desafios futuros”, concluiu.