A Rádio Cidade começou nesta segunda-feira (23), a segunda série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Brusque. O primeiro entrevistado foi o candidato à reeleição, André Vechi (PL).
Ao ser questionado sobre qual das três candidaturas de fato representa a direita em Brusque o candidato a reeleição destacou que não cabe a ele julgar como os outros se identificam politicamente, mas defendeu a pluralidade de vertentes da direita.
"Eu acredito que não existe apenas uma direita. Podem existir várias vertentes. Temos um candidato da esquerda e outros dois que se dizem de direita, mas acredito que a prática de alguns não condiz com o discurso", afirmou Vechi, enfatizando que sua candidatura, pelo PL, representa a verdadeira direita. "O PL é hoje o partido mais à direita no país, o partido do presidente Bolsonaro, com quem me filiei no ano passado", ressaltou.
O prefeito destacou sua proximidade com o presidente Jair Bolsonaro e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, mencionando um evento recente em Brusque que reuniu cerca de 2 mil pessoas. Vechi reforçou que o PL tem sido uma das vozes mais fortes contra o governo do PT em nível federal. "Eu me sinto muito confortável no partido, que tem um discurso firme de oposição ao governo federal", disse.
Vechi ainda reforçou seu compromisso com políticas públicas que, segundo ele, demonstram na prática sua postura de direita. "Mantivemos as escolas cívico-militares mesmo quando o governo do PT tentou acabar com o projeto no ano passado. Além de manter, ampliamos para quatro unidades, e se reeleitos, vamos criar mais quatro", afirmou. Ele também mencionou o decreto municipal que desobrigou a vacinação contra a Covid-19 como requisito para matrícula escolar. "Nenhuma criança em Brusque ficou sem vaga por falta de vacina. Para mim, ser de direita é isso, alinhar o discurso com a prática", concluiu.
Ausência de Jair Bolsonaro em Brusque
Sobre a ausência de Bolsonaro em Brusque no último final de semana, Vechi explicou que a estratégia do partido foi direcionar o ex-presidente para cidades onde o PL enfrenta mais dificuldades, de acordo com pesquisas internas. "Apesar de estarmos com 63% dos votos válidos, segundo a pesquisa mais recente, a equipe decidiu priorizar cidades com disputas mais acirradas", esclareceu o prefeito.
Continuidades a atual estrutura de governo
Questionado sobre sua visão para um possível segundo mandato, André Vechi (PL) afirmou que pretende dar continuidade à estrutura atual de governo, destacando a importância de manter o secretariado técnico que, segundo ele, foi responsável pelos resultados obtidos nos últimos anos.
"Temos excelentes nomes entre os 80 candidatos que fazem parte dos cinco partidos da nossa coligação, muitos deles já atuaram no governo e possuem experiência na área pública. Eles podem, eventualmente, contribuir na composição do próximo governo", afirmou Vechi. O prefeito destacou que, até o momento, não há nenhuma secretaria negociada entre os partidos aliados, e que esse modelo permitiu um governo focado na eficiência. "Conseguimos entregar muito em pouco tempo porque formamos um secretariado técnico e qualificado. Os resultados estão aí, basta ver na saúde, educação e outras áreas. Entregamos mais em um ano do que outros governos em quatro", ressaltou.
Vechi reafirmou que, caso reeleito, seu objetivo é manter a equipe que vem alcançando bons resultados. "O time que está ganhando não se mexe", disse. Ele também abriu a possibilidade de aproveitar candidatos de sua base que, eventualmente, não sejam eleitos. "Aqueles que não conseguirem se eleger podem continuar contribuindo para o desenvolvimento da cidade", concluiu.
Se reeleito, André garante que cumpri o mandato e não deixa a prefeitura para se candidatar em 2026
Questionado sobre seus planos políticos em caso de reeleição, o prefeito André Vechi (PL) afirmou que pretende cumprir integralmente o mandato de quatro anos, afastando a possibilidade de se candidatar a outros cargos, como Assembleia Legislativa ou Câmara dos Deputados, em 2026.
"Eu trabalho no sentido de ficar os quatro anos de mandato. Brusque teve seis prefeitos nos últimos oito anos, essa alternância foi muito ruim para a cidade", afirmou Vechi, destacando a importância de estabilidade para a execução dos projetos planejados. Apesar de elogiar o vice-prefeito, DECO, e reconhecer que ele teria condições de assumir a prefeitura, Vechi reforçou seu compromisso com a continuidade. "Meu compromisso é permanecer os quatro anos à frente da Prefeitura, e a população pode ficar muito tranquila em relação a isso."
Pavimentação e infraestrutura urbana um desafio para cidade:
Vechi abordou as dificuldades enfrentadas pela Prefeitura, especialmente em áreas que ainda não possuem drenagem, fator que ele considera crucial para a durabilidade das obras de pavimentação.
"Temos muitos loteamentos, como o Jardim das Bromélias e o Dom Nelson, que foram constituídos sem o mínimo de infraestrutura. Há ruas que não têm nem drenagem, e às vezes as pessoas não sabem que a drenagem custa mais caro do que o asfalto. Não adianta fazer o asfalto sem drenagem, porque, em pouco tempo, começam a aparecer problemas devido à infiltração", explicou Vechi.
O prefeito também mencionou os esforços para lidar com os estragos causados pelas chuvas e enchentes dos últimos anos, que danificaram a infraestrutura de várias ruas. "Enfrentamos 11 cheias no ano passado e uma neste ano, e tivemos mais de 350 ruas com tubulações rompidas. O conserto dessas tubulações é caro, mas essencial para evitar que as águas entrem nas residências", destacou.
Vechi afirmou que a gestão tem investido em drenagem nas ruas de maior fluxo e nas áreas mais populosas, citando exemplos como a Vitor Meirelles e a bacia da Henrique Hoffmann, além de obras no bairro Cedrinho e na Limeira, com a construção de um canal extravasor para mitigar o impacto das cheias.
Em relação à pavimentação, ele ressaltou a importância das parcerias comunitárias, modelo que, segundo ele, tem sido eficaz para avançar com as obras na cidade. "O governo anterior pavimentou três ruas em quase três anos, nós já pavimentamos 14. Vamos continuar com essa estratégia, com as parcerias comunitárias.
Proposta de implementação de um 14º salário para os profissionais da educação no município
Segundo André Vechi (PL) a medida visa estimular a meritocracia na administração pública, em um esforço para melhorar a qualidade do ensino municipal.
Vechi explicou que a ideia do 14º salário não é apenas uma bonificação, mas um reconhecimento vinculado a metas de desempenho. "A proposta abrange todos os servidores da educação, não apenas os professores, porque a educação é uma engrenagem. O professor tem um papel fundamental, mas também são importantes os monitores, coordenadores, diretores, administrativos e até o pessoal responsável pela limpeza e merenda das escolas", afirmou.
O pagamento desse 14º salário estaria vinculado ao cumprimento de três grandes metas. A primeira é a redução do número de atestados médicos, uma vez que, somente na educação, o município gasta anualmente R$ 4 milhões com afastamentos. "Todos têm o direito de ficar doentes, mas alguns servidores apresentam um número muito elevado de atestados. A meta não será zero, mas buscamos uma média razoável para otimizar os recursos", destacou.
A segunda meta é a formação continuada. A Prefeitura proporcionará cursos de capacitação, e os servidores precisarão cumprir uma carga horária anual de formações para se qualificarem para o 14º salário. Já a terceira meta envolve a criação de um Índice Municipal de Educação, inspirado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que avaliará o desempenho das turmas e das equipes pedagógicas, com base em uma meta anual estabelecida pela administração.
Por fim, Vechi enfatizou que a medida será debatida amplamente com os servidores e o sindicato, garantindo uma participação ativa na formulação final do programa. "Nosso objetivo é valorizar ainda mais o profissional da educação e garantir que a qualidade do ensino oferecido aos jovens da rede municipal continue melhorando”, concluiu.
Concessão de imóveis públicos para a iniciativa privada e os recursos obtidos investir em saúde
Para Vechi essas iniciativas são parte de uma estratégia para otimizar os recursos municipais e investir em áreas prioritárias, como a saúde.
Vechi revelou que já há interessados na concessão do Pavilhão da Fenerreco, destacando que essa será a prioridade no momento. "Temos pessoas interessadas em assumir o pavilhão. Estamos investindo em melhorias, como a regularização e a instalação de energia, e vamos avançar com essa concessão", afirmou.
No caso da Arena Multiuso, o prefeito reconheceu que o cenário é mais complicado. "A Arena não possui habite-se, estamos regularizando e investindo, mas acredito que será difícil encontrar alguém interessado em assumir. Ainda assim, vamos tentar", disse Vechi.
Já em relação ao Parque Zoobotânico, Vechi apontou que o maior desafio está na destinação dos animais. "A concessão do espaço em si seria fácil, mas precisamos garantir o manejo correto dos animais. Não podemos simplesmente abandoná-los, e não é qualquer um que pode recebê-los", explicou. O custo anual de manutenção do Parque é de R$ 3 milhões, valor que o prefeito considera elevado diante das prioridades municipais. "Esse recurso poderia ser investido, por exemplo, em uma unidade de pronto atendimento, que custa R$ 5 milhões por ano", argumentou.
Por fim, Vechi reiterou que a prioridade será dada à concessão do Pavilhão da Fenerreco, onde já há interesse do setor privado, enquanto os outros projetos ainda estão sendo analisados quanto à viabilidade.
Venda de terrenos subutilizados pode financiar obras prioritárias
A venda de terrenos subaproveitados pertencentes à prefeitura, poderia ser uma solução de receita, com o objetivo de gerar recursos para investimentos em áreas como saúde e educação. Ele ressaltou que muitos desses imóveis não têm previsão de uso nos próximos 20 ou 30 anos e que, ao destiná-los ao setor privado, seria possível financiar obras essenciais sem prejudicar o orçamento destinado às áreas já priorizadas.