Após o pedido do Ministério Público de Santa Catarina, Kelber Henrique Pereira, de 30 anos que matou a companheira e o filho de três meses, teve a pena aumentada para 70 anos.
O crime aconteceu em julho de 2022, em Blumenau, no Vale do Itajaí. Ele foi condenado a 62 anos, dois meses e 20 dias de prisão, em regime inicialmente fechado, após o último júri que aconteceu em novembro de 2023, mas com o recurso, a pena foi aumentada.
Crime
A mãe e o bebê de três meses foram encontrados dentro do apartamento que moravam um dia após o crime, em 25 de julho de 2022. Kelber, depois de cometer os assassinatos, fugiu com o filho mais velho, que na época tinha um ano e dez meses. Mais tarde, a criança foi encontrada na casa dos avós paternos, em Minas Gerais.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o criminoso asfixiou a mulher enquanto ela dormia e, depois, a atacou com facadas na região do pescoço. Nas mesmas circunstâncias, ele usou da mesma faca para matar o bebê de três meses.
Em relação a mulher, o assassino foi condenado por homicídio qualificado, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, com o emprego de asfixia e de meio cruel, feminicídio e na presença física dos descendentes da vítima.
Já sobre o filho, o réu foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, emprego de meio cruel e contra menor de 14 anos, com causa de aumento da pena por ser pai da vítima.
Ele também foi condenado por apropriação indébita do veículo que usou após os crimes.
Denúncia
Segundo o delegado Ronnie Esteves, o crime foi cometido após Kelber usar cocaína. “Ele [suspeito] fala que deixou a família em casa, comprou a droga, voltou para casa, consumiu essa droga ao lado da Jéssica no sofá."
De acordo com o delegado, a esposa pediu para ele parar de usar a droga. Ele ouviu a mulher e jogou um pouco fora. A família foi tomar banho e depois foram dormir. O filho mais velho estava deitado junto com o casal, enquanto Théo, de três meses, estava no berço ao lado. Porém, na madrugada, o criminoso acordou.
"A Jéssica estava de costas para ele. Ele atacou o pescoço dela, ela dormindo, atacou o pescoço dela e ela veio a desfalecer. Diante daquela cena, ele disse ‘preciso terminar o serviço’. Ele vai até a cozinha, bebe uma água, volta, a Jéssica ainda está deitada na cama. Ele puxa a Jéssica, joga a Jéssica no chão. Ciente que ele precisava, na cabeça dele, terminar o serviço, ele retorna à cozinha, pega uma faca. Ele se abaixa do lado da Jéssica e ali ele passa a faca no pescoço dela", relatou o delegado.
“Diante daquela situação, ele viu que ele matou a mulher, o Théo acordou e começou a chorar muito e ele ficou desesperado e não sabia o que fazer, o que ele ia fazer com o Théo, um bebê que mamava, que dependia da mãe, e a mãe morta e que ele não ia dar conta”, disse em relato Esteves.
"Ele resolveu pegar o Théo, colocou no final da cama e ali ele também passou a faca no pescoço do filho", completou o delegado.
*Com informações do g1