Na noite desta quinta-feira (25), o município de Brusque recebeu a notícia de que está incluso na relação de cidades que receberão as doses da vacina contra a dengue. A previsão é que os medicamentos cheguem em Santa Catarina em até 10 dias.
Neste primeiro momento, a vacina será destinada para crianças de 10 a 14 anos. A diretora de Vigilância em Saúde, Carol Maçaneiro, explica que a definição do público-alvo para receber a vacina da Dengue foi realizada pelo Ministério da Saúde. “Eles fizeram um estudo baseado nos últimos dez anos, observando que essa faixa etária de 10 a 14 anos é quem apresenta maior risco de agravamento em regiões com mais incidência da doença. Essa definição por faixa etária também se dá devido a capacidade restrita de quantidade de doses disponíveis no laboratório”, comentou.
Até o momento, ainda não há previsão para ampliação da idade ou abertura para todo o público. Após o recebimento das doses, a Secretaria de Saúde divulgará como funcionará a vacinação.
Quem já teve dengue também deve se vacinar para evitar novas infecções ou, em caso de contágio, sintomas mais leves. Além disso, nessas pessoas, é esperada uma resposta melhor ao imunizante.
As contraindicações da vacina são as mesmas para as vacinas feitas a partir de vírus vivo, ou seja, não deve ser tomada por gestantes, lactantes e pessoas com imunodeficiência.
Entenda como funciona a vacina contra a dengue
O Brasil se tornou o primeiro país do mundo a disponibilizar vacinas contra a dengue no sistema público de saúde. Produzida pelo laboratório japonês Takeda, os imunizantes serão destinados, inicialmente, a regiões com maior incidência e transmissão do vírus, contemplando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
A Qdenga é um imunizante tetravalente produzido a partir do vírus vivo atenuado, ou seja, do micro-organismo infectado, mas enfraquecido. Essa condição pode melhorar a resposta do sistema imunológico, funcionando de forma semelhante à defesa do corpo humano nos casos de infecção pela dengue.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina em março de 2023, com base em estudo feito com mais de 28 mil pessoas, incluindo crianças e adultos. A concessão permite a comercialização do produto no Brasil, desde que sejam mantidas as condições aprovadas.
A pesquisa de desenvolvimento da vacina incluiu 20.099 crianças e adolescentes saudáveis de 4 a 16 anos, residentes em países endêmicos, que foram divididos por região (Ásia-Pacífico ou América Latina) e idade (4 a 5 anos, 6 a 11 anos, ou 12 a 16 anos).