A repercussão na imprensa e a pressão popular antes da votação do reajuste aos servidores da Câmara e do auxílio-alimentação de 950 reais foram os motivos apontados pela maioria dos vereadores para a reprovação. Foi esta a afirmação do vereador Jean Pirola (Progressista). Segundo ele, 13 parlamentares tinham dado a palavra de que votariam favoráveis, mas não cumpriram.
Em sua fala, logo após a votação, Pirola pediu desculpas aos servidores e afirmou que não cede à pressão. Referia-se, justamente, ao que circulou na imprensa nesta quinta-feira (21) pela manhã. A Rádio Cidade FM divulgou o fato de que o Legislativo iria votar o projeto e nele constava o auxílio alimentação aos vereadores. Para o progressista, a imprensa teria criado um carnaval.
"Votei favorável a esse projeto, porque eu não cedo a pressão. A pressão que tem tempo é meu de carro e a gente sabe muito bem o que aconteceu. Como vazou uma conversa interna dos vereadores, a imprensa pegou justamente um título, colocou 'os vereadores votarão o auxílio alimentação' e fizeram um carnaval. Mas por que não falar o que é o mesmo valor que os funcionários recebem? Por que não falar o que é o mesmo valor que todos recebem igual? O que a única classe que não tem e que tem esse direito estava apenas exercendo o seu direito? Ou alguma classe deixa de buscar o seu direito? Assim como os vereadores também têm direito a décimo a férias, se é moral, se é imoral nós estamos falando aqui da parte legal e aqui a casa legislativa e aqui nós temos que trabalhar dessa forma. Infelizmente vocês não receberão aumento e nem auxílio alimentar por conta de pressão", soltou ele na tribuna.
Pirola disse que aqueles vereadores que não conseguem suportar a pressão deveriam trabalhar em supermercados, pois estão contratando.
"Pressão, porque assim como saiu na mídia, 13 vereadores já tinham se manifestado favoráveis. 13, eu não vou citar nomes, não sou assim, não preciso. Um não estava na reunião e ele já tinha dito que era contra, e o outro se manifestou contrário. Então quando a gente dá a palavra e muitas vezes a palavra dada é igual a flecha, ela não pode ter volta. Orrem, tem que honrar aquilo que faz, aquilo que fala. Pressão, pressão todo mundo recebe. E quem não está acostumado no poder legislativo ou no poder público e não quer pressão, o supermercado está contratando um monte de gente para empacotar compras. Eu já falei isso até para prefeitos, que não tem coragem muitas vezes de tomar decisões. E quando você vai defender uma classe, uma classe que é a primeira parede que todo mundo bate. Porque você chega na casa do cidadão, você não chega num deputado estadual, num deputado federal, num senador, você não chega", comentou o vereador.