Com oficinas práticas focadas no corte e cuidado de cabelos crespos e afros, além do ensino de amarração de turbantes, nasce em Brusque o projeto Crespos e Negritude. Ele é coordenado pela produtora cultural Shayene (Shay) Ferreira de Jesus, que busca além de oferecer capacitação e desenvolver habilidades profissionais, tem como objetivo promover conscientização sobre a diversidade e inclusão, principalmente da cultura afro.
Shayene destaca que a intenção é proporcionar um espaço educativo e empoderador, onde os participantes não apenas aprendem técnicas valiosas de cuidados de cabelos crespos e cacheados, mas também se engajam em uma importante discussão sobre identidade, cultura e antirracismo.
Jesus esclarece que a ação vem com um olhar humano. “Teremos um espaço de acolhimento e humanização para as questões relativas ao ser negro em Brusque, a compreender a sua identidade a partir da sua relação com o seu cabelo. Parece uma coisa pequena, uma coisa simples, mas o cabelo, para as pessoas negras, tem um significado muito grande,” esclarece.
Luta antirracista
Shay lembra a importância de todos em uma força conjunta no combate ao racismo. “ A gente sempre lembra que não basta não ser racista, é necessário ser antirracista, e esse lugar é para todos nós. É para nós pessoas brancas, é para nós pessoas pretas, é para nós pessoas pardas, é para todos nós. É um compromisso com a cultura, com o projeto e, principalmente, com a nossa cidade,” salientou.
O projeto é direcionado para pessoas de todas as idades, com foco especial em indivíduos
negros e aqueles interessados em aprender mais sobre a cultura e história afro. Todos vão poder participar, independente da escolaridade. A intenção é ter um público diversificado, incluindo estudantes, profissionais e membros da comunidade local. A primeira oficina ocorre em abril e logo será anunciada.
O projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo do Governo Federal, Ministério da Cultura, e viabilizado pela Prefeitura de Brusque, por meio da Fundação Cultural de Brusque.