O vereador Ric Zanata (PRD) teve aprovado nesta terça-feira (5) um projeto de lei de sua autoria que proíbe o ensino da chamada linguagem neutra nas escolas municipais de Brusque. A proposta foi colocada em votação e recebeu apena sum voto contrário, da vereadora Marlina Oliveira (PT). O motivo, segundo Zanata, de ter apresentado o projeto, foi a fala de uma homenageada na sessão anterior, que usou na tribuna o termo “todes”.
Segundo Zanata, o projeto visa impedir que o ensino deste termo e de outros que se enquadram an chamada linguagem neutra acabe sendo colocado em prática na grade curricular das escolas municipais.
“Dizer boa noite a todos e a todas é, realmente, uma redundância. Agora, dizer boa noite a “todes”, no meu ver, é uma grande imbecilidade”, soltou Zanata na tribuna.
Ele se referia à fala de Rafaela Kohler, que na semana passada recebeu, em nome do Centro de Direitos Humanos (CDH), homenagem do Legislativo pelos serviços prestados pelo órgão à cidade de Brusque. Na tribuna, ela cumprimentou os presentes com a seguinte saudação: “Boa noite a todos, todas e todes”, o que deixou o vereador indignado.
A reportagem da Rádio Cidade apurou que o projeto de Zanata já estava pronto e na Câmara desde novembro de 2023. No entanto, foi solicitado a inclusão dele na ordem do dia desta terça-feira. A proposta passará por segunda votação.
A proposta do vereador Ric Zanata vai de encontro ao que define a grade curricular de ensino nas escolas. Cabe ao Ministério da Educação definir, através do Plano Nacional de Educação (PNDE), quais conteúdos podem ser ministrados nas unidades escolares, tanto da rede pública quanto privada.
A vereadora Marlina Oliveira, única a votar contra o projeto, disse que a proposta de Zanata é apenas eleitoreira. E mais: que outras ações mais urgentes deveriam ser fiscalizadas pelos vereadores e que afetam diretamente o dia a dia da população.
“Se você que é professor ou professora, ensina língua portuguesa nas escolas e está ensinando essa linguagem neutra, parabéns. Porque eu desconheço. Até porque ela não é uma linguagem padronizada na escrita. Porém, se o vereador, que me parece ser entendido da língua portuguesa, compreende que essa linguagem não é coloquial, ok. Faz um projeto. Brusque não precisa de mais nada. Não precisa de freche, não precisa tapar buracos, de água da Samae funcionando direitinho. De ar-condicionado nas creches", provocou ela.