Plano Nacional de Educação é ideológico, diz professor

O texto do Plano Nacional de Educação está recheado de tero ideológico. A afirmação foi feita pelo professor universitário e membro do Grupo de Proteção à Infância e Adolescência (Grupia), José Francisco dos Santos, o professor Zezinho, durante entrevista ao programa Rádio Revista Cidade, da Rádio Cidade FM de sexta-feira (2). Ele disse que falta pluralidade e denunciou o que chama de tentativa de inserir no programa ideias e conceitos voltados à esquerda.

Para o professor universitário, temas relacionados à melhoria da educação estão sendo deixados de lado e busca-se tratar de temáticas que não se relacionam com políticas de Estado para o setor. Entre estes a questão de gênero e instalação de banheiros para diferentes públicos conforme a orientação sexual. "Hoje ainda temos crianças de seis ou sete anos que ainda não dominam, não são suficientemente letradas. Esse é um tipo de coisa que deveria estar sendo discutido. Como vamos melhorar isso? Como vamos avançar na melhoria do intelecto da criança, etc", destacou ele.

Segundo ele, até existem pontos que abordam melhorias na educação, mas estes carregam conotação,direta ou indireta, de caráter ideológico. "Um documento se propõe a refletir a sociedade brasileira, num todo, e, na verdade, ele representa a visão de mundo de um pequeno grupo, uns militantes", pontuou ele.

Entre os elementos que chamam atenção para a ideologização do texto, afirma Zezinho, é o que menciona, já no início, de forma positiva, as gestões do governo Lula e Dilma. Da mesma forma, coloca como período negativo os anos dos governos Temer e Bolsonaro.

"Se apresenta dizendo, olha, tivemos um governo democrático, popular, que foi de 2003, na eleição do Lula, até 2016. Aí houve  o impeachment, que é golpe, como está dizendo aqui. Ou seja, já está se colocando uma narrativa de que impeachment é golpe, o que já é discutível. E ai teve ,nos governos de 2016 a 2022, uma política retrógrada. Ou seja, você tem uma visão ideológica, política (partidária), que está noretando este documento", destacou ele.

Para o professor Zezinho, não há problema algum em haver esse tema como parte das discussões de um grupo, algo que faz parte da democracia. No entanto, é preocupante querer inserir isso como uma obrigação dentro de um plano de Estado para a educação. 

O professor espera que o Congresso Nacional reveja muitos dos pontos elencados no documento. 

O Plano Nacional de Educação tem validade de dez anos e passa a vigorar em 2025. Iniciado ainda no governo Jair Bolsonaro, ele passa por revisões e o atual governo reapresentou a proposta, reformulada, que segue para a avaliação, aprovação ou rejeição da Câmara dos Deputados, Senado Federal e sanção do presidente da República.

Assista a entrevista do professor Zezinho no link do Rádio Revista Cidade.