Uma das principais bandeiras da Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr), a segurança pública e o baixo efetivo policial na região foram, mais uma vez, tema da reunião da diretoria da entidade.
O encontro realizado na noite de segunda-feira (7), teve a presença do coronel Alexsandro Cravo Kalfeltz, comandante da 7ª Região de Polícia Militar de Santa Catarina; do tenente coronel Pedro Machado Júnior, comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque; do major Marcio Jean Ricardo, subcomandante do 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque; do tenente-coronel Heintje Heerdt, chefe do Estado Maior do 7º Comando Regional de Blumenau, além dos prefeitos Valmir Zirke, de Guabiruba, e Alcir Merizio, de Botuverá.
O objetivo foi debater possíveis soluções para o insuficiente número de efetivo policial na região, exatamente na semana em que Brusque se destaca, mais uma vez, como uma das cidades mais seguras do país. Recentemente foi divulgada a pesquisa baseada no Painel de Monitoramento de Mortalidade, do Ministério da Saúde, e no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no qual Brusque é apontada como a sexta cidade do Brasil mais segura para viver, e a segunda de Santa Catarina, atrás apenas da Jaraguá do Sul.
"Isso se deve ao excelente trabalho das Polícias Civil e Militar e das nossas entidades de classe, porque ajudamos, apoiamos e estamos sempre juntos, inclusive na elaboração de um fundo municipal, que garante a manutenção da segurança pública de Brusque. Ainda assim, o pleito por mais efetivos é constante. Não podemos ser punidos só porque mantemos bons resultados”, destaca a presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti.
Durante o encontro, o coronel Alexsandro Cravo Kalfeltz, comandante da 7ª Região de Polícia Militar de Santa Catarina, falou sobre a importância do envolvimento da iniciativa privada, por meio de associações como a ACIBr, na busca por uma segurança pública cada vez mais eficiente e de qualidade. A expectativa agora é por um novo edital que já foi lançado e, em breve, deve iniciar a fase de provas. "O concurso prevê 500 novos policiais. Esses soldados devem se formar daqui um ano. Teremos apenas uma reposição, não um acréscimo. A questão do efetivo é o nosso calo".
Alternativas
Ainda durante a reunião, coronel Kalfeltz apresentou duas ideias que estão em estudo e que podem ajudar a resolver o problema de efetivo a médio prazo.
Um dos projetos é o dos policiais temporários, que entrou em votação na Assembleia Legislativa no ano passado, mas foi rejeitado pelos deputados. Agora, segundo o comandante, o projeto deve entrar novamente em discussão, com apoio da maioria para aprovação.
"O Comando Geral tem interesse na contratação de policiais temporários como forma de mitigar essa situação do efetivo, já que os 500 policiais em formação devem concluir o curso somente no ano que vem".
Segundo ele, os policiais temporários contratados atuariam somente em funções administrativas, abrindo espaço para militares de carreira fazerem o trabalho de rua.
"Ter mais policiais na rua é necessário. Precisamos do trabalho de prevenção, quanto mais prevenção, menos criminalidade. E, para prevenção, precisamos de policiais ativos nas ruas", destaca o comandante.
Outro ponto em estudo pelo Comando Geral, informado pelo comandante, é a possibilidade de permitir que, com recursos da cidade, se faça um edital para um concurso regional de policiais.
"Essa situação talvez venha ajudar os municípios que se engajam com segurança pública, porque os policiais aprovados teriam que atuar naquela cidade. Foi iniciada essa ideia, está em verificação de viabilidade. Os custos seriam arcados com parceria público-privada”.
O comandante ainda pediu apoio da ACIBr e das demais entidades de classe para se mobilizarem em favor dos dois projetos em estudo.
Logo após a explanação, os diretores presentes na reunião prontamente se manifestaram favoráveis às iniciativas. "Vamos fazer uma força-tarefa em conjunto para que esse concurso específico para a região e a contratação de temporários se torne realidade", finaliza a presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti.