Apae de Brusque realiza exposição de artes visuais com obras de alunos
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Brusque realizou nesta sexta-feira, 19 de novembro, a abertura da exposição “A Arte está para todos, mas nem todos estão para a Arte”, na sede da instituição. Esta é a primeira exposição itinerante de artes visuais da entidade que apresenta 31 obras produzidas de forma coletiva pelos alunos da entidade – integrantes do Centro de Convivência Ruth de Sá (Cecon) e do Instituto Santa Inês (ISI) – ao mesmo tempo em que demonstra a sensibilidade e expressividade dos mesmos e a capacidade de produção artística de cada um, independente da deficiência ou limitação.
Produção e possibilidades
De acordo com o artista visual e arte educador da Apae, Evailson Inomata, o “Vavá”, a iniciativa do projeto buscou a utilização da arte como uma ferramenta de inclusão, demonstrando a criatividade e potencialidade de cada aluno. “Buscamos fazer com que cada aluno, de forma individual ou coletiva, realizasse uma produção artística com suportes de telas e papel, utilizando a pintura acrílica e aquarela. Conforme as limitações de cada aluno adaptamos formas e objetos diferentes para que eles pudessem se expressar, como o uso de balão com tinta em uma tela, uso de rolos, aperto de tubos de tinta, entre outras. E, ao fazermos essas adaptações, possibilitamos a eles este contato com a arte, que está disponível para todos”, explica Vavá.
Ao final das produções dos alunos, o arte educador, que também é artista visual, contribuiu para a finalização das obras, com desenhos, efeitos abstratos e figurativos: todos eles ligados a gostos, sentimentos e sonhos dos próprios alunos. “Trouxemos o sentimento deles, a expressão de cada um, para que as pessoas possam ver que eles querem se expressar, só que muitas vezes, eles são ‘boicotados’, ou levados a acreditar que não conseguem. E a proposta deste projeto foi o contrário desse processo: oferecer a eles formas de expressão, seja na pintura, no desenho, na dança, pois a arte tem inúmeras possibilidades”, frisou Vavá.
De acordo com a diretora Executiva da Apae de Brusque, Rosecler Ceratti Foletto, o projeto cumpriu também o papel da instituição em oferecer acesso e possibilidades de desenvolvimento de novas habilidades dos alunos. “O resultado dessas obras foi uma grande surpresa para todos, pois surgiram trabalhos significativos, que nos fazem refletir sobre como enxergamos a pessoa com deficiência e o seu potencial. Por isso o título da exposição, de que ‘a arte está para todos nós, mas nem todos estão para a arte’, onde ‘quebramos’ um pouco a visão de quem pode ou não ser um artista e o quanto somos gigantes ao trabalharmos juntos”, completa.
Obras
Entre as produções está a obra “Au-au” da aluna Rita de Cassia Barni. Com o uso de cores em tons de laranja e amarelo sua produção contou com a finalização do arte educador que traduziu a adoração e carinho da aluna por cachorros. Da mesma forma as demais obras foram produzidas através da tradução de gostos, sonhos e preferências de cada aluno.
“Para nós é uma grande satisfação vermos esse trabalho, a capacidade dos alunos que resultou em obras lindíssimas. Esta é uma mostra que vem coroar um ano difícil, mas nos estimula a desenvolvermos novos trabalhos e projetos com nossos alunos para o próximo ano”, comenta o presidente da Apae de Brusque, Renato Roda.
Convite ao público
Para oportunizar que um maior número de pessoas possam conhecer o projeto bem como as obras confeccionadas, a exposição será itinerante. Até dia 25 de novembro os trabalhos estarão expostos na Apae de Brusque. Em seguida, do dia 29 de novembro ao dia 3 de dezembro o projeto poderá ser conferido na Unifebe. Já entre os dias 6 a 10 de dezembro é a vez do Shopping Gracher receber a exposição. Por fim, as obras estarão expostas mais uma vez na sede da Apae, entre os dias 13 a 18 de dezembro. “Convidamos toda a população para que tire um tempo do seu dia e confira as obras produzidas, em um dos locais, nas próximas semanas. Temos certeza que será uma rica e inspiradora experiência, em perceber que a arte é democrática, que todos nós temos sonhos, sentimentos, emoções e, a partir disso, todos nós podemos usá-la para nos expressarmos”, completa Vavá.