'Tudo é questão de foco'
Superar desafios é uma missão que poucos conseguem na vida. Enfrentá-los, então, é um ato que outros menos se arriscam. Vencer, é conseqüência de tudo isso, mas, principalmente, de foco e determinação ao que se busca.
Aos 43 anos de idade, o ex surfista Teco Padaratz, bi-campeão mundial do WQS, o Circuito Mundial de Surf, e um dos maiores ídolos brasileiros da modalidade se diz um homem recompensado por ter sabido fazer as coisas na hora que deveria, bem como encerrar a carreira que o consagrou no instante que entendeu ser o ideal. Parei com o surf (competir) aos 32 anos de idade. Mas achei que era a hora ideal.
De passagem por Brusque nesta quarta-feira (21), quando participou do lançamento de mais uma edição do Dia do Desafio pelo Sesc, o ex-atleta e hoje empresário falou sobre sua carreira, as conquistas que obteve em cima das pranchas e fora delas.
Das andanças em competições pelo mundo inteiro ao sossego na ilha que serve de capital de Santa Catarina. Virou empresário e, além disso, atualmente dá palestras sobre exatamente o que mais soube fazer na carreira, vencer. Palavras ouvidas, muitas vezes, por gente de peso. Dei uma palestra para o Supremo Tribunal Federal. O Joaquim Barbosa assistiu a uma palestra minha uma vez e eu pensei meu, que isso, brincou.
Natural de Blumenau, Flavio Teco Padaratz começou no surf em Balneário Camboriú, quando ganhara uma prancha de presente dos pais. Depois ganhou o mundo. Pegou ondas no Havaí, no Thaiti, Indonésia, além do Brasil, claro e outros tantos cantos do planeta. Contraiu malária e quase teve a carreira interrompida pelo diagnóstico de um radiologista após uma queda enquanto pegava o que mai sabe fazer, ondas. Ele disse que nunca mais iria poder nadar. Aquilo foi forte e quase me derrubou.
Da amizade com um médico veio o apoio e a recuperação. Após quatro meses de tratamento diário, na água, sem parar um único dia, deu a volta por cima. Voltou ao mar e a competir novamente.
Uma trajetória vencedora, regada a muita determinação e, principalmente, foco, assegura ele. Hoje vejo que fiz a coisa certa. Ao invés de estar na balada, resolvi me dedicar. Acordava cedo e às 05h45min estava na piscina, às 06h45min fazendo ioga. Depois tomava um cafezinho e ia pegar onde até meio-dia. À tarde era de leitura. E assim isso se repetia diariamente, relembra ele.
Com a decisão de encerrar a carreira, aos 32 anos, chegou a oportunidade de realizar outro sonho, o de cantar. Hoje, toca em uma banda e concilia o hobby com as atividades profissional do pós carreira nas pranchas. Esperei terminar a carreira para me dedicar. Não tive pressa, conta.
Risonho, brincalhão e bastante comunicativo, o ex-atleta se diz fã de quem considera o maior e melhor de todos os tempos nas pranchas, o americano Kely Slater, onze vezes campeão mundial. O cara surfa, joga tênis, futebol e tudo que é coisa. E faz bem tudo o que faz. Eu faço tudo isso, mas ele faz centenas de vezes melhor.
A receita para quem deseja chegar ao ápice de uma carreira de sucesso e vitórias, mesmo quando ela se deu por encerrada é simples, assegura Padaratz. Tudo é uma questão de concentração, de foco no que se quer.