Brusque FC pode fechar o ano com R$ 850 mil de déficit
O diretor financeiro do Brusque Futebol Clube, Rogério Lana, esteve nesta quinta-feira (25) no Rádio Revista Cidade para detalhar como está a situação de caixa do clube para a sequência da temporada de 2018. E um dos principais dados que foi apresentado é a previsão de um déficit de R$ 850 mil nas contas para o fechamento do balanço deste ano. Porém, há maneiras de se sanar o problema.
De acordo com Lana, a previsão de gasto em toda a estrutura do clube (futebol e despesas normais de qualquer empresa) é de R$ 270 mil mensais, totalizando uma movimentação de R$ 3,240 milhões ao final do ano. Porém, atualmente o Brusque tem condições de movimentar cerca de R$ 200 mil por mês, gerando déficit de R$ 70 mil mensais em média. A receita mensal de patrocinadores é de R$ 158 mil, mas no primeiro semestre o clube costumeiramente antecipa receitas para montar a equipe do estadual.
Dessa condição de movimentar R$ 200 mil ao longo do ano, apenas R$ 120 mil seriam diretamente investidos no futebol. Porém, o primeiro semestre exige mais financeiramente do clube que qualquer época, por conta do Campeonato Catarinense. Os gastos sobem consideravelmente, com o clube em determinados meses investir perto dos R$ 500 mil entre grupo de atletas, comissão técnica, despesas de aluguel, alimentação, hospedagem, deslocamento e também as rescisões de contrato.
Essa conta ficou mais alta justamente pela ausência do dinheiro da Copa do Brasil que viria em caso de classificação sobre o Ceará. Parte da cota de R$ 500 mil referente a esse jogo foi antecipada ainda no final de 2017 para pagar algumas dúvidas. E se tivesse enfrentado o Londrina, o Brusque receberia mais R$ 600 mil brutos, cerca de R$ 540 mil descontados os impostos.
As outras verbas de televisionamento do Catarinense (cerca de R$ 200 mil), das placas vendidas pela Federação Catarinense de Futebol (cerca de R$ 120 mil) auxiliaram a manter as contas, mas o déficit se manteve. Levando em conta apenas o lado financeiro, segundo o diretor financeiro, o melhor para o Brusque fechar o balanço sem déficit seria não disputar a Copa Santa Catarina. Porém, a competição pode render valores através da Copa do Brasil 2019 em caso de título, e por isso a diretoria vai atrás do tetracampeonato.
Dívidas trabalhistas
Entre as dividas trabalhistas que o clube têm, algumas são pagas através de acordos com a justiça trabalhista do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, que permitem ao clube não ter qualquer outro problema judicial. O total da dívida, que ainda pode ser negociado, é estimado em R$ 1,5 milhão.
O acordo com o TRT de Santa Catarina é de R$ 8 mil mensais, enquanto que o acordo com o TRT do Rio Grande do Sul é de R$ 12 mil mensais. Além disso, o clube paga um acordo do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), que diz respeito a débitos com a Receita Federal, de R$ 4 mil por mês.
Dinheiro da venda de Jorginho
Rogério Lana também falou sobre a possibilidade da entrada dos valores que o clube tem direito da negociação do meio-campo Jorginho pelo Napoli ao Chelsea, através do Mecanismo de Solidariedade da FIFA. A expectativa é que parte desse valor chegue esse ano para sanar o déficit previsto.
Os valores exatos que o clube tem direito ainda não foram revelados, justamente por conta do trabalho da equipe jurídica não ter encerrado ainda. Porém, há uma expectativa de que o clube consiga sanar o déficit de 2018 e investir em um departamento médico, com fisioterapia e outras situações estruturais do clube.