A menina que queria ser costureira virou empreendedora
Era uma vez uma menina que queria ser costureira. E ela conseguiu! Mais que isso: virou empreendedora ao decidir passar adiante tudo o que aprendeu em mais de 20 anos de atuação na atividade que dominou seus sonhos.
Aos 48 anos de idade, Marlei Salete Machado, a Marley, fala com orgulho da profissão que exerce com maestria. Tudo, graças a uma oportunidade que surgiu quando aportou na cidade de Brusque para residir, 22 anos atrás.
“Tive a oportunidade, na época, de a proprietária de uma fábrica me colocar numa máquina. Daí, fui aprendendo, aprendendo, aprendendo e com vontade de aprender mais e mais. E, de lá para cá, só estou costurando e costurando”, conta ela.
A paixão pelas máquinas de costura cresceu. Ela não parou mais de aprender e aprender, como disse. Curiosidade que a levou a conhecer todos os tipos de máquinas e sua funcionalidades. Virou inspetora de qualidade.
A costureira que queria empreender
Depois de mais de duas décadas de experiência, a menina que queria ser costureira viu nascer outro desejo. Ela queria empreender. Porque não passar o que acumulou de experiência ao longo dos anos e ainda ganhar dinheiro com isso? Foi o que fez. Marley idealizou e criou o Projeto Amor Pela Costura e, em seguida, o Fábrica de Costureiras. Ali, ajudou a formar dezenas de profissionais no ramo.
Paralelo a isso, foi para a internet. Criou aulas de costura, ensinadas através de tutoriais no Youtube. Mas não parou com as aulas presenciais. O sucesso das aulas propagadas fizeram os novos alunos começarem a aparecer.
Uma das alunas que aprendeu o ofício com ela foi a Josimara Aparecida Pereira. Ela mudou-se com a família de outro estado. Desempregada, aproveitou o tempo livre para aprender uma nova profissão. E não é que deu certo!
“Não tinha noção nenhuma, nunca tinha pego em uma máquina. Aprendi tudo com ela. Fui fazer uma entrevista e falei que estava fazendo o curso”, disse ela, afirmando que, com isso, já saiu com a vaga na empresa assegurada.
De empreendedora para empreendedora
Se o curso da agora professora Marley ajudou a Josimara a conseguir um emprego, também teve quem seguisse o mesmo caminho dela. A Carina Souza também resolveu aprender a costurar para transformar isso em negócio. E já tem gente comprando o resultado do trabalho dela.
“Por enquanto, estou costurando só para a família. Estou fazendo peças para as pessoas saírem passear. Aproveito para treinar também”, relata ela.
Estima-se que haja no Brasil milhões de profissionais no campo da costura. O setor emprega mais de 8 milhões de pessoas, sendo uma das forças mais expressivas em mão de obra do mercado. Em torno de 75% são mulheres. Os dados integram estudos feitos por entidades ligadas ao setor, como a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).
Apesar de grande, o mercado da costura ainda carece de mão de obra qualificada, segunddo as entidades do setor. A salvação surge em iniciativas como a da profesosra Marley ou de ações de entidades que qualificam mão d eobra. Como o costureir@s Brasil e o Como Montar um Ateliê, iniciativas do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), este último mais voltado ao campos do empreendedorismo.
O caminho do empreendedorismo
Se tornar empreendedor é o sonho de muita gente. Mas todo preparo com informações é pouco para que o negócio se sustente. Uma das opções para quem vai começar é se tornar Micro Empreendedor Individual (MEI). Como fez a Marley no início. O processo é bastante simples e pode ser feito direto no Portal do Empreendedor na internet, ou com a ajuda de uma contabilidade. Ajuda esta que também pode ser buscada junto ao Sebrae, que possui diversos cursos e orientações sobre como abrir o próprio negócio.
Muitas profissionais da costura começam como auxiliares em confecções e facções têxteis para, depois, se tornarem, de fato, costureiras. Como Marley, que pretende levar adiante o sonho que a move há mais de duas décadas. Só que agora, de uma maneira diferente: ela quer ensinar mais e mais pessoas!
“O que eu quero, realmente, é ensinar as pessoas, é poder dar oportunidade e estar envolvida nisso. O meu mundo é o mundo da costura. E, agora, não é mais eu costurar, é ensinar”, finaliza ela.