Mesmo com várias alterações e o aumento no valor da multa para quase R$ 3 mil, parece que os índices do crime de embriaguez ao volante não têm alterado muito, apesar do esforço constante das forças de segurança pública do município. Em 2017, dos 87 Autos de Prisão em Flagrante (APF) expedidos, 44 deles foram por embriaguez.

A Rádio Cidade conversou com a delegada Andréia dos Santos Dornelles sobre o assunto, até porque somente seis desses 44 APFs foram emitidos durante o final de semana. Em 2016, das 293 prisões em flagrante, 176 (60%) foram pelo crime de embriaguez ao volante.

Para ela, o assunto é muito importante de ser debatido não só pelos índices, mas também pelas consequências que esse crime traz junto. A maioria das prisões em flagrante no final de semana foram através de acidentes, e mais hora menos hora, uma tragédia pode ocorrer em virtude da embriaguez ao volante, além dos danos financeiros que o acidente e o crime causam aos envolvidos.

E não só através do bafômetro a embriaguez pode ser comprovada. O bafômetro é utilizado quando o motorista aceita fazer o teste, porém, a alteração da capacidade psicomotora também pode ser usada para a confecção do auto que constata a embriaguez. Essa constatação pode ser feita seja pelo policial militar que atende a ocorrência, como pelo delegado que colhe o depoimento, ou até mesmo pelo agente da Polícia Civil que registra um boletim de ocorrência. O exame clínico também serve para tal.

E esses casos de embriaguez também atrapalham o trabalho da segurança pública. No caso da Polícia Civil, casos de furtos e outras situações que merecem a atenção são deixados de lado quando um crime de embriaguez aparece, até pela questão da conscientização que uma prisão por dirigir sob efeito de álcool pode causar na sociedade.

Na maioria dos casos, a fiança não tem um cálculo exato para a determinação do valor. Segundo a delegada, o índice que é aferido no bafômetro, o tamanho do prejuízo material e também as lesões em caso de ferimentos são levados em conta na hora de determinar um valor para a liberação do motorista preso.

O motorista que é flagrado dirigindo um veículo sob efeito de álcool recebe uma multa de R$ 2.934,70 na primeira vez que é pego. Além do valor da multa e da fiança no caso de um crime de trânsito, a nova redação da Lei Seca, em vigor desde novembro do ano passado prevê a suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

E por mais que blitze sejam feitas pela Polícia Militar, que prisões em flagrante sejam feitas pela Polícia Civil, que a Guarda de Trânsito fiscalize em parceria com a PM, que a Secretaria de Trânsito promova ações como as realizadas nos últimos anos, a briga para mudar o panorama ainda é grande.

Na visão da delegada, para a população atual de Brusque, mesmo com a fiscalização recorrente, o índice de pessoas que são flagradas dirigindo embriagadas é bastante preocupante.

Confira no topo da página a entrevista com a delegada Andréia dos Santos Dornelles na íntegra.

Dados sobre prisões por embriaguez ao volante em Brusque

2016

Total de APFs lavrados na DP: 293

Total de APFs por embriaguez: 176 (60%)

2017 (até 15 de maio)

Total de APFs lavrados na DP: 87

Total de APFs por embriaguez: 44 (50,5%)