Trabalhadores do PAC Nova Brasília paralisam serviço por atraso nos salários
Além das questões técnicas que envolvem a obra do PAC no bairro Nova Brasília, debatidos pela Prefeitura de Brusque e pela empresa responsável pelos serviços, outra situação paralisou os trabalhos no local. Os funcionários de uma das empresas terceirizadas estão há dois meses sem receber pagamento, e recebem apenas o almoço na obra.
Segundo Anélio Lopes, que veio junto de outros funcionários de Curitiba (PR) para trabalhar na obra do PAC, eles estão há dois meses, já indo para o terceiro, sem receber o salário. Além disso, a alimentação que eles recebem da empresa se resume ao almoço e uma ajuda de custos que muitas vezes não vem.
Para a alimentação além do almoço, que vem somente de segunda a sexta-feira, os trabalhadores têm que se virar com o que a empresa repassa, e quando repassa. Na maioria das vezes, eles recebem R$ 100 por semana, que é utilizado por cinco pessoas para comprar pão e fazer almoço nos finais de semana. Ou seja, em algum desses momentos eles não conseguem comer com o que recebem.
Na última semana, o grupo teve que trocar de residência por questões financeiras. Segundo Anélio, até então eles moravam em uma sala comercial, sem ventilação, e foram despejados porque o pagamento do aluguel não foi feito em nenhum dos meses. Depois disso, eles foram para uma kitinete no bairro Nova Brasília, onde estão desde quinta-feira (11).
Com o problema nos salários e no repasse do complemento da alimentação, os funcionários paralisaram os trabalhos, até porque as contas de todos eles estão atrasadas, alguns inclusive ameaçados de despejo em suas cidades de origem.
O grupo afirma que sabe da importância da obra, e da necessidade que a comunidade tem no andamento dos trabalhos. Por isso eles pedem a regularização dos salários e do auxílio para a alimentação para que então eles possam retomar os trabalhos nas galerias.
Sobre as condições em que trabalham, Anélio afirma que em 31 anos trabalhando em obras públicas Brasil afora, esta é a primeira vez em que os salários atrasam e que as condições de trabalho são tão ruins. Os trabalhadores também fizeram questão de ressaltar que o problema não tem a ver com a Prefeitura de Brusque, que também foi avisada da situação que os trabalhadores se encontram.
O Sintricomb já presta apoio aos trabalhadores na obra, foi até o local com parte deles e deve se manifestar sobre o andamento da denúncia dos funcionários no período da tarde.
O vice-prefeito Ari Vequi entrou em contato com a Rádio Cidade para falar sobre o tema. Ele afirmou que após o acerto com a empresa para o retorno ao serviço em março, um novo contrato foi feito, com a liquidação de algumas dívidas que existiam antigamente, e que o trabalho fosse pago conforme a medição.
Segundo Vequi, até agora nenhuma medição foi apresentada pela empresa desde o reinício dos trabalhos para que qualquer pagamento fosse feito. Por conta disso, a Prefeitura não recebeu nenhuma nota e nenhuma dívida com a empreiteira existe. Vequi entende que a questão técnica que paralisou os trabalhos é grave e a Prefeitura tenta resolver, porém, a responsabilidade do pagamento dos salários é da empreiteira que executa os serviços.