Brusque também acordou. Na noite desta quinta-feira (20) centenas de jovens foram às ruas da cidade para apoiar a onda de protestos que ocorrem em todo o Brasil. Aos poucos, eles começaram a se reunir em frente à Câmara de Vereadores, com cartazes, bandeira do Brasil e máscaras. Com um megafone, foram em direção ao Centro, ao coro do hino nacional.

‘O povo unido protesta sem partido’. ‘O povo decidiu, ou para a roubalheira ou paramos o Brasil’. ‘No Facebook não, a luta é no chão’. ‘Vereador, vê se trabalha por amor’. Cadê o prefeito?’. ‘Ei, polícia, tu também é cidadão’. Esses foram outros versos cantados pelos manifestantes durante o ato, que durou pouco mais de uma hora. O grupo percorreu várias ruas. Em frente ao Hospital Evangélico, eles fizeram silêncio.

Enquanto no lado de dentro da câmara políticos e empresários discutiam a situação do setor têxtil, com a presença de vereadores, deputados estaduais e federais, lideranças sindicais, entre outros, os manifestantes paralisaram a rua da frente e vaiaram os políticos em coro.

Segundo um dos protestantes, Hallyffer Antônio Alberti (18), hoje foi uma prévia da manifestação de sábado (22) e uma forma de apoiar os protestos em todo o Brasil. “A gente está frisando os ideais do Brasil no dia de hoje. Nós estamos lutando pela educação, saúde e transporte público. Depois a gente vai fazer uma a cada semana, até conseguirmos nossas reivindicações”, esclarece.

Apesar do número baixo de integrantes, para sábado são esperadas mais de cinco mil pessoas. O evento, criado através do Facebook, chamado “Protesto contra falta e abuso do transporte público, PEC 33 e 37, Educação, Saúde...” já conta com mais de 50 mil integrantes.

Pedro Loss (17) e outros dez alunos do terceirão do colégio São Luiz levaram um cartaz que dizia ‘A aula hoje é na rua’. Para ele, o interessante desse movimento é a pluralidade defendida. “Ao mesmo tempo em que a gente tem pessoas lutando pela PEC 37 ou pela impunidade, temos pessoas lutando por diversos motivos. Só que, especificamente, não tem um motivo só para o povo estar na rua. A gente sempre ouve nossos pais falarem sobre a manifestação dos ‘cara pintadas’ contra o Collor e das Diretas, Já. A gente está vivendo esse momento agora”, diz.

Entre a geração dos 20 anos, Denise de Jesus Borges de Lima (50) é uma das poucas pessoas no manifesto que viveu a última grande manifestação há duas décadas. “Todo mundo está cansado de tanta corrupção num país tão rico e ter tanta roubalheira, tanta gente passando fome, sem saúde, sem nada. A verdade é essa, entendeu? Eu faço isso não é pensando em mim. É pensando na minha filha, no meu neto e em toda essa geração aí. Eles têm que tomar conta da situação. Não é o governo que tem que ter poder sobre o povo, é o povo que tem que ter poder sobre o governo”.

De acordo com o major Rubens Newmann, da Polícia Militar, esse é um momento positivo da nação brasileira. “Visto que a população vem se manifestando contra a corrupção e contra fatos que vem a trazer prejuízos à população brasileira. E aqui está ocorrendo uma manifestação de maneira saudável, civilizada”, finaliza.

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