Brusque atrai excursões de comerciantes para compras
A vocação comercial de Brusque tem levado o nome da cidade para a mídia nacional, que enfoca o município como um dos principais polos atacadista de confecções. No último fim de semana, o jornal O Estado de São Paulo trouxe uma matéria falando da tradição do ramo têxtil que fez a cidade desenvolver um turismo de compras comparado a Cianorte, no Paraná, e a capital paulista. Veja a matéria publicada no jornal paulista destacando a cidade cravada na Vale do Itajaí.
A comerciante Leonilda da Silva saiu cedo da capital paranaense, na última quinta-feira, para fazer compras em Brusque. A empresária viaja à cidade a cada dois meses para abastecer sua loja de moda masculina, feminina e infantil em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
"Venho pela variedade. Aqui é mais modinha", diz a empresária, que gastou R$ 5 mil na cidade em um dia. "Se os preços estão bons, gasto até R$ 20 mil. Desta vez não estava tão barato", explica Leonilda, que também viaja para buscar mercadorias em São Paulo e em Cianorte, no norte do Paraná.
Leonilda veio na excursão da empresária Ana Joanita Szremeta, que há 23 anos leva lojistas da região de Curitiba para comprar na cidade catarinense. "Venho pra cá toda semana. São mais ou menos 20 pessoas por viagem. Às vezes viemos em duas vans", diz Ana Joanita.
As empresárias de Curitiba são algumas das milhares de varejistas que viajam a Brusque para abastecer seus estoques de roupas. De fabricante de fios e tecidos, a cidade evoluiu para confecções a "pronta entrega".
Brusque tem cerca de 110 mil habitantes, mas sua tradição no ramo têxtil fez a cidade desenvolver um turismo de compras e criar lojas para atender compradores de fora. Os primeiros clientes procuravam tecidos e roupas de cama, mesa e banho. A partir dos anos 80, a indústria de confecções se desenvolveu e a cidade se especializou na pronta entrega.
O município tem seis shopping centers - três deles focados apenas no atacado -, além de pequenos centros comerciais. Ao todo, existem cerca de 400 estabelecimentos que vendem principalmente roupas feitas na região, mas também oferecem produtos fabricados em outros Estados e importados, segundo informações da prefeitura.
"As pessoas vinham para comprar tecido e hoje são atraídas pela pronta entrega", diz o prefeito de Brusque, Paulo Eccel.
Para atender melhor os varejistas que compram em Brusque produtos para revender em suas cidades, os shopping centers criaram operações exclusivas para atacado. O mesmo grupo que controla do shopping Stop Shop, criado há 18 anos e que atende tanto varejo quanto atacado, abriu há três anos o Catarina Shopping, exclusivo para o atacado.
Lá ninguém entra sem CNPJ. No estacionamento, há vans, ônibus e carros com placas de cidades de diversos Estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. O shopping oferece 150 lojas e um hotel com 180 quartos para os clientes. "Temos marcas de Brusque e também de outros Estados, como de São Paulo e até do Rio", disse o diretor de marketing do Catarina Shopping, Ricardo Fernandes.
Segundo ele, o fluxo diário no local chega a mil clientes quando o estabelecimento promove eventos para fomentar as compras.
Além dos shoppings, a loja de departamento Havan também atrai compradores. A rede nasceu na cidade como atacadista de tecidos, mas hoje atua apenas no varejo. A Havan oferece de roupas a eletrônicos em uma loja de 35 mil metros quadrados em Brusque.
FONTE: O ESTADO DE SÃO PAULO