Uma forma popular de arte
Uma foto, um desenho, uma tela, uma dança, uma escultura. Uma música. Todas são formas de arte. Comemorado hoje (12), o Dia Nacional das Artes é uma data pouco comentada. De acordo com o maestro do Centro Empresarial Social e Cultural de Brusque (Cescb), Sérgio Westrupp, a arte pode ser unida em duas questões, a específica do fazer artístico com a do educador de arte.
Eu acho que o fazer é uma das expressões fundamentais da dimensão humana. Todo ser humano se expressa através de alguma atividade artística. A arte é uma das linguagens humanas. E pensando na questão da educação, é importante que a gente perceba que a arte possui várias linguagens que dialogam entre si, musical, visual, arquitetura, escultura, dança. A arte, antes de tudo, é própria do ser humano. Todo ser humano nasce com a possibilidade de desenvolver essa linguagem, mas tem que fazer parte da educação enquanto desenvolvimento humano, afirma.
A música é uma das formas de arte mais popular. Pode ser acessadas através dos rádios, internet e até mesmo televisão. Ela une pessoas através dos gostos musicais. Pode se dizer que a vida é uma trilha sonora, sempre há uma música para todo momento da vida. No Brasil, há uma grande diversidade no ramo. Segundo Westrupp, essa diversidade é algo positivo, mas temos que lutar pelo diálogo entre as classes musicais.
Nós temos o hábito de classificar a música, entre erudita, popular e folclórica. E a gente hierarquiza. Eu acredito que a música está cada vez mais se ampliando. Acho que as três realidades dialogam de igual pra igual hoje. Quanto mais a gente minimizar a diferença entre erudito, popular e folclórico e apreciar todas elas, cada vez mais a agente vai conseguir compreender que o panorama brasileiro preza pela diversidade, pela multiplicidade e principalmente pelo diálogo entre os gêneros, ressalta.
Algumas pessoas que se identificam com um gênero, possuem o hábito de dizer que outros não são música. De acordo com o maestro, por mais que um grupo não goste de outro gênero musical, ele ainda é considerado uma forma de arte. Dentro dos conceitos antropológicos, toda manifestação musical é legitima. Toda expressão musical faz parte do ser humano e ela representa uma comunidade. Nós podemos dizer que não reconhecemos ou que não gostamos de tal música como expressão nossa, mas com certeza há grupos que se reconhecem, logo toda música é arte, explica Westrupp.
Para resolver essa questão da aceitação musical e o diálogo entre os gêneros, Sérgio aposta em uma coisa: educação. Essa questão do público da música erudita é um problema social e histórico. A erudita sempre foi uma forma de um determinado grupo se identificar e se tornar diferente de outros. O que está acontecendo cada vez mais, é que não há mais um grupo específico se apropriando dessa música. A população está se apropriando. E essa classe também se apropria da música popular. Eu acho que esses territórios estão mais diluídos. A gente pode pensar cada vez mais que todos podem ter acesso, mas a educação para a arte é fundamental para que a gente entenda que é responsabilidade do educador permitir esse acesso desde o início, finaliza.