Obra do Centro de Inovação pode parar por falta de pagamento de empreiteira
Apesar de ser citada na última semana como uma das que tem pouca preocupação na última semana pelo governador Raimundo Colombo, as obras do Centro de Inovação Tecnológica de Brusque correm risco de serem paralisadas. Empresas subcontratadas pela vencedora da licitação praticamente não viram a cor do dinheiro que têm direito pelo serviço executado.
A vencedora da licitação, Esphera Sul Empreendimentos, de Florianópolis, assinou contrato no dia 22 de maio deste ano, e a obra tem o orçamento de R$ 5.893.692,11, além de um prazo de 12 meses para sua entrega da obra, que tem 3.140,77 m². Porém, vários problemas vem sendo registrados, inclusive com uma perspectiva de parada em breve.
Vlamir Almeida Batista, que fez a terraplanagem do terreno, afirma que o cadastro da empresa estava negativado no começo da obra. Por conhecer um amigo, resolveu assumir a obra com a promessa de que o pagamento do serviço seria feito sempre no dia 15, levando em conta os meses de agosto, setembro e outubro. Até agora, nenhum centavo.
O serviço foi feito com certa agilidade, antes do prazo estabelecido. E desde a primeira parcela prometida, o dinheiro não apareceu não só para ele, mas também para outras empresas e pessoas que executaram ou ainda executam serviço. As promessas voltaram a ser feitas nas últimas três semanas, e nenhum pagamento foi feito.
Por uma situação talvez pior que a de Vlamir passa Dauri Rodrigues da Silva, que veio de Curitiba (PR) para trabalhar na obra, contratado pela Esphera Sul. Segundo ele, desde o começo da obra várias pendências são registradas, principalmente com relação a pagamentos e promessas.
E a falta de pagamentos implica também em outros problemas para seu Dauri, já que sem dinheiro ele está com o pagamento das marmitas atrasado e também o aluguel da casa em que mora. Em vez dele ajudar a família que está no Paraná, de lá é que vem a ajuda para ele se manter em Brusque trabalhando sem passar necessidade.
Seu Dauri relata que durante o período em que está em Brusque, apenas um pagamento de R$ 80, equivalente a uma diária de um pedreiro (a equipe tem três pessoas), foi feito em sua conta. Os prejuízos dele chegam perto dos R$ 20 mil, levando desde o início da obra.
A procura de Dauri e sua equipe é para que esses pagamentos sejam regularizados e eles possam voltar para Curitiba, trabalhando próximo da família. Ele também acredita que a tendência é de que sem mudança no panorama, a obra pare em breve.
Pagamentos em dia
Consultando os dados do contrato entre o Governo do Estado e a Esphera Sul, disponíveis no Portal da Transparência do Estado, e lá constam que ao menos um pagamento à empresa foi realizado, no dia 15 de setembro. Na oportunidade, R$ 636.616,54 foram recebidos.
A reportagem da Rádio Cidade tentou contato por diversas oportunidades com a Esphera Sul, através do telefone disponível em seu site para que algum responsável pela fiscalização ou pela obra pudesse falar sobre o assunto. Porém, a ligação não foi atendida em nenhuma das chamadas realizadas.