Dos desdentados ao que mais forma odontólogos
O cirurgião dentista Francisco Djalma Habtzreuter Junior, em entrevista ao Jornal da Cidade, falou sobre o Dia Nacional da Saúde Bucal, comemorado nesta sexta-feira (25). O odontólogo iniciou fazendo uma equiparação do que eram antigamente os cuidados da população brasileira com a saúde bucal e o que é nos dias atuais.
No tempo do avós ainda era comum o presente de uma menina moça de 15 anos de idade ganhar uma dentadura, pois, naquela época, não havia qualquer cuidado em relação à escovação ou a procura por um dentista para tratar os dentes. Estes eram tidos como um problema para as pessoas, por isso era muito comum jovens ainda na adolescência estarem sem nenhum. Por isso, a dentadura era também um presente desejado entre os jovens.
Antigamente, era raro ser encontrado nas cidades o profissional formado e foi a partir daí que surgiram os chamados dentistas práticos, que não eram formados, mas atendiam a população clandestinamente por um baixo custo, aos fundos de uma residência, sob os porões, sempre em lugares escondidos.
E foi durante este período que o Brasil ganhou uma fama nada agradável, a do o país dos desdentados. Mas a realidade atual é bem diferente, segundo Djalma Junior, hoje não se imagina uma menina de 15 anos ganhando como presente de aniversário uma dentadura.
Atualmente, o Brasil tem o orgulho de ser o país que mais forma odontólogos. Só em Santa Catarina, de acordo com o dentista, são quase dez universidades que oferecem esta especialização. Mas é preciso também ser feita uma observação, pois com a vinda da tecnologia e do implante dentário, ou da protese fixa, também veio um custo mais elevado ao tratamento do paciente.
Segundo Habtzreuter Junior, mesmo assim o paciente pode optar por outras formas e garantir seu tratamento. Em âmbito nacional, recentemente foi mencionada a possibilidade do governo federal também lançar o programa Mais Dentistas. Djalma entende que, diferente do Mais Médicos, que acabou não atendendo a demanda nacional, os dentistas iriam suprir com facilidade, pois são milhares de profissionais recém-formados querendo entrar no mercado de trabalho e esta seria uma ótima porta. Ainda mais se o salário a ser pago aos dentistas for semelhante ao valor pago aos médicos do programa nacional, algo próximo de R$ 10 mil.
Para Habtzreuter Junior, profissionais não iriam faltar e a adesão seria grande.