A série de reportagens Religiões apresenta um pouco sobre o que é o Espiritismo. Segundo Allan Kardec, codificador da doutrina, ela é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos espíritos, assim como a relação com o mundo corporal. Você deve estar se perguntando: Ciência?. Sim, os espíritas acreditam que ciência e religião caminham lado a lado, apesar de isso não ser recíproco por parte dos cientistas.

A doutrina se constitui em três aspectos: cientifico, filosófico e religioso. Fundamentados pela ciência, os espíritas creem na evolução como surgimento da vida. “Fomos criados como um princípio inteligente, que passa por todos os reinos da natureza: mineral, vegetal, animal, até chegar ao hominal. Através de todos esses reinos, esse princípio inteligente vai desenvolvendo as sensações, os sentimentos, até se tornar um espírito no reino hominal, adquirindo a razão, o livre arbítrio”, esclarece Marlete Dumke, vice-presidente do Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, de Brusque.

A grande questão do evolucionismo ainda não respondida pela ciência é o elo perdido. Ou seja, a ligação entre o ser mais evoluído do reino animal (o macaco) e o homem, já no reino hominal. De acordo com os espíritos, essa transição do principio inteligente para que se torne um espírito ocorre no plano espiritual. “Por isso a ciência não conseguiu encontrar”, declara Marlete.

A doutrina de Allan Kardec prega que Deus criou os humanos simples e ignorantes, com aptidões para que conquistássemos a perfeição. Por isso, o espírita crê na reencarnação, várias existências e oportunidades para o desenvolvimento do ser humano. E por esse motivo não há um final. Os espíritos são imortais. “Morte não existe, nós vamos continuar vivos como espíritos. A única coisa que morre é o corpo físico que fica aqui no plano material e se transforma para gerar outros elementos. Mas o espírito continua vivo para viver sua verdadeira vida, que é a espiritual em outro plano”.

Mas que outro plano? Segundo Marlete, esse plano espiritual, essa outra vida, é o objeto de estudo da doutrina espírita. O espiritismo acredita que a vida terrestre é uma cópia desse outro plano. “Lá, continuamos fazendo o que mais gostamos. Estudando, trabalhando, auxiliando os necessitados. Então a vida continua do outro lado, da mesma forma que aqui. Têm escolas, hospitais, oficinas de trabalho. Várias formas de ocupação, assim como temos no plano material”, prossegue Marlete.

Dividido em vários níveis, o estado de evolução do espírito determina qual plano ele vai habitar. Como numa escala, os menos evoluídos ficam no nível mais baixo e, conforme reencarnações e evoluções, ele vai subindo, podendo reencarnar até em outros planetas. “Existem planetas mais evoluídas do que a Terra. Se você na Terra alcançou toda a evolução que esse planeta poderia te dar, passa a habitar outros mundos mais adiantados. Seria muito egoísmo achar que Deus criaria todo esse universo, com tantos planetas que a ciência já descobriu e vida só aqui na terra”, comenta ela.

Quando o espírito se torna puro, não há mais necessidade de reencarnação. Segundo Marlete, Jesus Cristo é o modelo guia, governador do planeta que reencarnou para ensinar. “Ele coordena o processo evolutivo da humanidade e foi designado por Deus para isso. Ele nos aceitou como tutelados. Quando ele julgou necessário, reencarnou entre nós para mostrar como deveríamos viver, nos comportar diante dos sofrimentos e desafios da vida. Ele não só falava, ele exemplificava”.

Sobre a mediunidade, Marlete afirma que, segundo Kardec, todos nós somos médiuns, em diferentes graus e que a telepatia explica essa comunicabilidade entre os dois mundos. “Quem nunca sentiu um arrepio, um vulto, a presença de um ente querido que já partiu? A mediunidade sempre existiu. O que o espiritismo fez foi explicar essa relação entre os dois mundos através da ciência. Descortinando esse mistério da comunicabilidade entre os dois mundos, que se dá através do pensamento”.

São muitos os mistérios. Não há respostas para todas as perguntas. Cada um se agarra naquilo que gera mais conforto e fé. Inúmeros são os segmentos religiosos distribuídos por todo o país. Em Brusque também é possível ver uma grande diversidade religiosa, com pelo menos uma coisa em comum: Fé!

Dízimo

Não há cobrança de dízimo. A casa espírita vive de contribuição voluntária.

Doutrina

Dia: Terça-feira
Horário: 20h
Local: Rua Gustavo Halfpap, 335.