Muito mais que apenas donas de casa

O despertador toca cedinho. O dia será longo e preparar o café da manhã é a primeira tarefa daquela jornada. Enquanto a cafeteira trabalha, Rosane Nunes da Silva (44), mãe de três filhos e dona de casa, sai na busca de roupas sujas pelo apartamento, no Centro de Brusque. Depois é a vez dos sapatos espalhados voltarem ao lugar certo. Assim, aos poucos, o lar vai ficando organizado, com cada peça no seu devido espaço. Uma varridinha ali, uma esfregadinha aqui e, pronto: a casa fica num brilho.

Mas essa não é a única responsabilidade da manhã de Rosane. Cuidar da filha Ana, de onze anos, também toma tempo dela nas primeiras horas do dia. Enquanto isso, Guédria Motta (31) está em um outro ritmo em sua casa, na cidade de Guabiruba. Com um bebê de nove meses, no período da manhã ela tira tempo para uma das atividades que exerce diariamente, a de ser mãe.

O pequeno Davi é o despertador e a mamadeira é aquecida no microondas ao ouvir o primeiro choro da manhã. Com os olhos marejados, o menino só acalma nos braços da mãe. O ritual se repete toda manhã. Com brincadeiras e cuidados especiais, o tempo de Davi com a mamãe vai chegando ao fim e, talvez, ele nem a veja de novo antes de dormir. Isso porque logo após o almoço, o menino fica na creche e, à noite, com o pai. Isso para que Guédria, nos dois períodos seguintes do dia, exerça a segunda atividade de sua vida, a de trabalhar fora.

Rosane e Guédria simbolizam o perfil da mulher nos novos tempos, cada uma a seu estilo. Uma rememora o papel da dona de casa tradicional, que cuida do lar, dos filhos e dos afazeres domésticos. A outra encarna a nova mulher, com jornada dupla, tripla, se inserindo nos papeis de mãe, esposa, empresária. Cada qual com suas particularidades, mas com o mesmo peso e responsabilidade que somente o sexo forte tem a capacidade de carregar nas costas. Ambas são mães e têm as responsabilidades da casa sobre si. Rosane em tempo integral.

Após o nascimento do primeiro filho, ela parou de trabalhar e assim ficou por 23 anos. Quando a terceira filha já estava um pouco maior, Rosane decidiu voltar ao trabalho enquanto o filho Paulo cuidava da menina. Mas quando chegou a vez de Paulo achar um emprego, ela largou tudo para retonar ao papel de dona de casa e cuidar de Ana. “Como ela é pequena, precisa da mãe, depende de mim para tudo, desde tarefas da escola, levar, buscar. E eu gosto do que faço, pois amo minha família, meus filhos. Sempre procurei ser a mãezona para eles. Adoro minha casa”, comenta ela.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que de 1992 a 2010, a participação de mulheres que trabalham fora de casa passou de 57% para 64%. Em 2012, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), apontava que 90,7% das mulheres que estavam no mercado de trabalho também exerciam atividades domésticas no Brasil.

Guédria se divide entre as funções dentro e fora de casa. Jornalista e empresária, além do pequeno Davi, ela tem uma empresa de comunicação e uma academia para cuidar. Depois de cuidar do filho pela manhã, Guédria deixa ele na creche à tarde e segue para a segunda jornada do dia, a atividade de jornalista na empresa de assessoria que tem. Atende clientes, faz entrevistas e, depois, ainda segue para a terceira jornada, a academia. Lá, ela sempre passa para ver o movimento, novos cadastros. Enquanto isso, o marido é quem está com o bebê. “Depois tem que voltar para casa e torcer para o Davi estar acordado, porque, de noite, o marido fica com ele, dá banho. Toda noite é aquela torcida”, conta sem esconder a alegria do que vive.

O segredo das duas é organização. Uma mulher bem organizada, acreditam ambas, consegue ser multidisciplinar e levar o dia até o fim com sucesso. Rosane tem bastante tempo para a família. Segundo ela, ser dona de casa pode até ser cansativo e, às vezes, um pouco deprimente, mas no fim do dia, quando todos estão reunidos em casa para uma janta, ou na sala assistindo televisão, é o momento mais prazeroso da jornada. “Todo dia é o arruma e o desarruma. Mas é prazeroso também. Eu sempre procuro levar na esportiva, na brincadeira. Nunca fui desanimadora, não. Já passamos por muitas dificuldades, como toda família passa. Saúde, problemas, mas sempre damos a volta”.

O cansaço é algo que passa despercebido para Guédria no corre-corre do dia a dia, já que o prazer pela tripla jornada compensa tudo. “Como eu tenho filho e duas empresas, preciso fazer diversas atividades da primeira hora da manhã até muito tarde. Mas tudo isso não me cansa, não me chateia, porque eu gosto muito de tudo isso e faço tudo com muito amor. Eu me sinto realizada. Gosto muito do caminho que construí até aqui. Me dá prazer, realização”.

Para 2014, os planos continuam os mesmo, já que desde o nascimento de Davi, ele é a prioridade. Guédria quer continuar sendo 100% mãe de manhã e com as responsabilidades da tarde e noite. “Engraçado como as prioridades mudam depois que a gente tem filho. Ele mudou todas as minha. Tudo é pensando nele. O Davi veio equilibrar, trouxe outras coisas da vida que também são importantes. Sou muito realizada, grata ”.

No futuro, Rosane quer voltar ao trabalho. Está ensinando Ana a ser mais independente. Enquanto isso, ela continua na função de dona de casa em tempo integral. Ponto de equilíbrio da casa, ela atende aos pedidos de todos. “Às vezes, o Paulo chega, mãe onde está minha camisa?, ou Mãe tu poderia me ajeitar essa blusa?. Aí chega meu marido. Onde eu botei tal coisa?. Corro e faço. Eu que organizo, guardo, sei onde estão as coisas”, relata ela, dando uma amostra do quão trabalhoso é sua rotina, apesar de caseira.

Ser dona de casa ou trabalhar fora? Uma pergunta antiga que não tem resposta. Isso porque cada um sabe o que é melhor para si. Cada mulher sabe o que pode ou não realizá-la. Não há fórmula, o importante é estar na busca daquilo que faz ela e a família feliz.

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