Elas poderiam ser chamadas de ajudantes do Papai Noel, mas, na verdade, são voluntárias, espalhando amor, solidariedade e carinho. Mulheres, que com uma mágica história começaram a fazer o Natal de muitas famílias algo diferente.

A comerciante Gleusa Dallagnoli (35) deu início nos trabalhos em 2009, ao perder sua filha com oito meses, quando ainda estava no útero. “Eu tive uma gestação interrompida, aí foi uma dor muito grande. O dinheiro que a gente ganhou da licença maternidade, nós usamos tudo para doação, compramos vários brinquedos e as roupas de Papai e Mamãe Noel e as fraldas que ganhei no chá de bebê, doei tudo para o orfanato”, conta ela.

No começo, foi tudo muito simples. Ela, com ajuda do marido e alguns amigos, foi para o Bairro Nova Itália, com uma Courrier e um pouco de medo da recepção das famílias. “Chegando lá, fomos muito bem recebidos, choramos muito, porque vimos muitas crianças que precisavam de doação. Havíamos perdido um bebê e lá tinha vários, vontade de levar tudo para casa”, conta.

Ela perdeu o neném no dia 30 de setembro, três meses antes do Natal e, por conta disso, acredita, isso não aconteceu por acaso. “Foi uma dor muito forte, mas nada é por acaso, tudo tem um porém. Com a perda dela, eu vi que devo ajudar muita gente. Eu faço isso do fundo do meu coração, com a maior boa vontade. O Natal foi bem triste, mas no dia 27 de dezembro eu descobri que estava grávida do meu filho, que tem três anos hoje”, afirma emocionada.

Gleusa conta que começa a arrecadar em outubro, com divulgação no estabelecimento comercial dela. “A gente arrecada roupa, caixas de leite, balas e brinquedos novos e usados. Se tiver sujo, não tem problema, eu lavo e, se precisar, eu costuro também”.

A distribuição aconteceu neste domingo (15), no Bairro Nova Itália. Para quem quiser ajudar, a comerciante diz que, mesmo depois do acontecido, pode entrar em contato com ela através do telefone 3355-0715 ou 3355-9696. “Aí eu entrego na véspera de Natal também, pois depois da Nova Itália, eu vou pra Santa Luzia e Poço Fundo”.

A professora Denise Aparecida Lira Fagundes (42) também realiza este tipo de trabalho. Segundo ela, começou há nove anos com a chegada do Papai Noel em sua casa. “Ao longo do tempo, as pessoas quiseram ajudar, oferecendo balas e doces. Mas aí eu falei que éramos para fazer diferente. Começamos a arrecadar alimentos e brinquedos. Normalmente, eu faço no último domingo de dezembro”.

Com muito alimento e lembranças, a professora inventou a campanha do brinquedo na casa dela. Geralmente, Denise entregava para a igreja da comunidade, mas, neste ano, ela resolveu fazer diferente. “Como estou trabalhando na educação, resolvi pedir às crianças que fizessem cartinhas, pedindo algo para o Papai Noel, e eles fizeram”.

No dia 21 e 23 de dezembro, ela irá sair de casa em casa para entregar os presentes. São, aproximadamente, 40 cartinhas, de alunos da Escola de Educação Básica João Hasmann, do Guarani.

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