Representantes de vários órgãos de segurança pública de Brusque estiveram reunidos na tarde desta quinta-feira (19) para exporem a indignação com a campanha que está sendo realizada por várias entidades do município, que são contrárias à instalação de radares no perímetro urbano. A reunião aconteceu na sede do 18º Batalhão da Polícia Militar.

O primeiro a se manifestar foi o tenente-coronel Heriberto Rocha Peres, comandante da Policia Militar. Além de rebater as informações constantes no material de campanha das entidades, de que a implantação dos radares gera corrupção e não é educação, o oficial disse que não procede e que os equipamentos que devem ser instalados pela Prefeitura serão aliados na redução de acidentes e mortes no trânsito, a exemplo da campanha Se beber não dirija.

Outro motivo de indignação do comandante da PM é com a alusão de corrupção dos envolvidos na segurança do trânsito e a tentativa de incutir nos brusquenses que Brusque é contra o radar, sem que a comunidade tenha sido ouvida e nem tão pouco os órgãos de segurança. “Isso é mentira, isso é grave, não se consultou a população de Brusque para falar em nome de Brusque”.

Ele lembrou que os países mais sérios, citando a Austrália como exemplo, desenvolvem um trabalho gigante de fiscalização e isso resultou na redução de 50% no número de vítimas no trânsito. “Isso é um trabalho sério, científico e que dá resultados”, enfatizou. Por fim, Peres falou que os organismos sérios não estão envolvidos em corrupção, por isso a campanha é falha em vários aspectos.

A mesma opinião foi compartilhada pelo delegado Regional de Polícia Civil, Francisco Ari Plantes dos Anjos, afirmando que é a favor da implantação dos radares em Brusque, tendo em vista que na cidade os condutores não respeitam a fiscalização e andam em alta velocidade e, constantemente, se envolvem em acidentes, inclusive com vítimas fatais. O policial civil disse que quem ganha com a instalação dos equipamentos são as famílias que terão seus filhos retornando para suas casas com segurança, tendo em vista que “repeitando os limites de velocidade, os condutores poderão voltar são e salvos para casa”.

O representante do IGP (Instituto Geral de Perícias), Álvaro Mesquita Hamel, falou que são a favor da fiscalização por radares uma vez que testemunham no trabalho do dia a dia a gravidade dos acidentes que deixam grande número de vítimas fatais e ainda outra realidade que é o número de vítimas mutiladas como causa destes acidentes, com traumas que serão carregados pelo resto da vida.

Ele também se mostrou indignado com a citação da campanha que faz alusão à corrupção e pediu para que as pessoas reflitam de que não se pode fazer uma acusação sem que existam provas. “Se inverteu o ônus da prova. Se ocorrer uma denúncia de corrupção, deve-se apurar e punir os responsáveis, e neste caso, antes mesmo de existir um processo já estão afirmando que há corrupção”, citou.

O 2º tenente Hugo Manfrim, comandante do Corpo de Bombeiros de Brusque, também fez coro em defesa da instalação de radares na cidade e citou números que comprovam que as campanhas de trânsito e a fiscalização podem resultar em quedas drásticas no número de vítimas no trânsito, citando como exemplo a campanha “Se beber não dirija”, que foi realizada com sucesso em 2013, preservando vidas.