“Alô?! Tem um acidente de carro perto do bar do João. Não sei quantas vítimas e nem qual é nome do local...”. Essa é um tipo de situação que é costumeira nos contatos em busca de socorro feitos à Central de Operações do Corpo de Bombeiros. A falta de informação, muitas vezes, acaba fazendo com que as equipes cheguem ao local com atraso.

De acordo com o tenente Hugo Manfrin Dallossi, comandante do Corpo de Bombeiros de Brusque, um dos fatores que mais atrapalha quem liga para a central nessa hora é o nervosismo. “Por exemplo, em um acidente, as pessoas sempre estão muito nervosas e acabam repassando as informações muito rapidamente e esquecem de observar melhor o que está ocorrendo”, comenta ele.

A primeira atitude a ser tomada pelo transmissor da emergência é manter a calma para poder repassar de forma geral a situação. “A segunda coisa que a pessoa deve fazer é informar o que está ocorrendo. Principalmente se for uma intoxicação, um problema cardíaco, a natureza da ocorrência que a gente chama”.

Ainda de acordo com o comandante, em caso de acidente de trânsito, o comunicador deve, se possível, levantar o número de vítimas. “Isso para nós gerenciarmos a quantidade de viaturas que vamos enviar até o local. Outra coisa, também, é saber o estado da vítima, [ou seja,] os sintomas das vítimas, se elas estão conversando ou se têm fraturas à vista”, prossegue o militar.

O endereço da ocorrência, corretamente, e, inclusive, com referências é imprescindível. “Outra informação que pode ser repassada e vai ajudar é observar se há outros riscos potenciais. Por exemplo, um carro bateu no poste e este poste está com risco eminente de cair. Além de passar o número de telefone, de preferência o de quem comunicou, e, também, avisar se já chamou outro órgão, como a polícia e o Samu”.

Em casos clínicos e que podem ser resolvidos pela própria pessoa, o atendente do Corpo de Bombeiros, que está preparado, vai instruir a tomar algumas medidas. Um exemplo disso é a convulsão que, segundo Manfrin, não adianta tentar controlar os movimentos ou, até mesmo, tentar “segurar a língua”. A pessoa deve colocar o corpo da vítima de forma lateral, para que, caso haja vômito, a pessoa não se afogue ou bloqueie as vias áreas por secreções. Deve, também, proteger a cabeça para que não tenha nenhum tipo de trauma e retirar qualquer objeto cortante de perto.

Conforme o tenente, em situações de incêndios o comunicador deve, se for em lugares com alarme, acioná-lo para que outras pessoas que ainda estejam ali possam sair da edificação. “Caso seja um pequeno foco de incêndio, a pessoa pode tentar utilizar, se tiver o devido conhecimento, os extintores e o sistema hidráulico (hidrantes) e se já tomou proporções maiores é justamente abandonar a edificação, fechando todas as portas, a fim de confinar o incêndio”, explica Manfrim.

O comandante enfatiza para que as pessoas só liguem para o Corpo de Bombeiros em casos de emergências. Ou seja, que ocorram riscos. “Relembrando, o telefone de emergência é o 193. É extremamente importante que a pessoa ligue em casos de emergências. Nós recebemos, diariamente, muitas ligações com pedidos de informações ou outras situações que não são emergências”.

Em casos como traumas, acidentes, quedas, ou em que a pessoa se queimou, incêndios, casos clínicos como cardíacos, respiratórios, etc, é necessário entrar em contato com o Corpo de Bombeiros sempre com as informações necessárias para ajudar a viatura chegar ao local. “Estaremos sempre à disposição para a população. Só ligar para o 193, o atendente já vai passar alguma orientação para quem ligou”, finaliza Manfrim.