Oposição ganha reforço na Câmara
Como não poderia ser, a demissão de funcionários comissionados dos partidos que votaram contra o projeto de adesão de Brusque ao Cimvim e a saída de dois partidos (PR e PPS) do governo teve seus reflexos na sessão desta terça-feira (25) da Câmara municipal de Brusque. Jean Pirola (PP), Alessandro Simas (PR), Guilherme Marchewsky (PMDB) e André Rezini (PPS) assumiram, pelo menos na reunião desta terça, os papeis de opositores ao Executivo.
Já no espaço reservado às lideranças partidárias, André Rezini foi o primeiro a se manifestar. Na tribuna, leu uma carta em nome da legenda, na qual disse que como líder do partido se sente na obrigação de levar ao publico informações sobre a saída do PPS do governo. Lembrou que o PPS fez parte da coligação que elegeu Paulo Eccel para mais quatro anos de mandato, mas que não aceita intimidação e ações de autoritarismo para intimidar vereadores.
Jean Pirola disse que as escolhas que os vereadores fazem na Câmara refletem na população. Citou os nomes dos funcionários ligados ao PP que acabaram demitidos. Na campanha, eram tratados como amigos e agora, pelo voto nosso aqui, olha o que aconteceu, disse na tribuna.
Alessandro Simas começou o discurso ironizando. Será que se eu falar aqui não vão demitir mais alguém lá em cima?. Em seguida, disse que o prefeito Paulo Eccel quis desqualificar o ex-diretor do Procon, Fabio Roberto de Souza, ao dizer que agora o cargo não é mais político, quando do anúncio do novo nome a dirigir o órgão. Chamou Eccel de mentiroso, pois, segundo ele, em momento algum foi discutido com o PR sobre o projeto de adesão ao Consórcio. É mentirosa a firmação feita pelo prefeito na imprensa, nas rádios, que houve conversa com os partidos. Pode ter havido com outros partidos, mas com o PR não teve.
Ivan Martins (PSD) disse que acompanhou os desdobramentos do caso Cimvi e ao ouvir do prefeito que os quatro vereadores que votaram contra em momento algum apresentaram emenda. O prefeito, que também já foi parlamentar na Alesc, sabe que nesse tipo de projeto não existe a mínima possibilidade de qualquer parlamentar apresentar qualquer emenda. Esse projeto só tinha duas alternativas aos vereadores: ou votar favoravelmente ou contrário, frisou, afirmando que com a aprovação da proposta, o Consórcio teria autonomia de executar obras sem processo licitatório.
Moacir Giraldi (PT do B) leu nota em que seu partido se posicionaria sobre as competências dos três poderes. Disse que foi lamentável a atitude do prefeito com a retaliação aos partidos que votaram contra a proposta do Cimvi.
Já Valmir Ludvig (PT) disse que se o prefeito não foi democrático, a base aliada na Câmara também não, pois alguns vereadores votaram contra. Aqueles que dizem que votaram pensando no bem de Brusque, quero crer que todo mundo votou, também, pelo bem de Brusque. É papo furado. Porque eu também votei pelo bem de Brusque. Essa democracia da base também pifou.
Marli Leandro (PT), líder do governo, disse que se não era possível emendar, havia a possibilidade de se sugerir ao governo, em resposta à colocação feita por Ivan Martins. Frisou que foi inserida uma emenda sugerida pela Câmara. Tem toda uma outra lógica, outra movimentação e que agora cabe a cada um fazer as suas análises e ir em busca de suas verdades. O que estão tentando fazer na nossa opinião é uma antecipação da pauta de 2016, da pauta eleitoral.