Foi com essa fala que o ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde de Brusque, Júlio Atanázio Gevaerd, conversou com a reportagem da Rádio Cidade na noite de ontem, quarta-feira (17), após a eleição dos novos membros do órgão para a gestão 2022/2023.
Conhecido pelo temperamento forte e postura firme, muitas vezes agressivo nas colocações, Gevaerd presidiu o conselho nos últimos dois anos.
Só que não foi apenas a presidência do Comusa que ele deixou nesta quarta-feira, mas o próprio órgão. Indicado pelo setor de sindicatos laborais, Júlio Gevaerd integrou o Conselho Municipal de Saúde por mais de 20 anos. Nesse período foi, inclusive, membro do Conselho Nacional de saúde.
"Acho que consegui deixar algumas marcas que fizeram com que a saúde melhorasse alguma coisa. Não vou enumerá-las, mas tem certeza de que o conselho de saúde foi um antes e depois do Júlio", disse ele.
Recentemente, ele esteve no foco de um embate entre o Comusa, a prefeitura e o hospital de Dom Joaquim, por conta de um contrato de prestação de serviço com a unidade hospitalar. Gevaerd acabou vencido na votação, mas manteve posição firme de que o contrato apresentava muitas irregularidades e não poderia ser firmado daquela maneira.
Crítico da gestão do Fundo Municipal de Saúde, ou seja da Secretaria de Saúde, por tabela, da prefeitura, ele não deixou de alfinetar no momento em que se despedia do Conselho.
"Sofremos demais na presidência. A questão da pressão da "montanha", como eu disse, contra nós. Mas levamos a cabo, de pulso firme", frisou.
O termo pressão da montanha dito por ele faz referência à prefeitura de Brusque, ao governo Municipal de regular que teria, em sua visão, buscado dificultar atuação do conselho, tentando muitas vezes desacreditá-lo perante a sociedade.