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“A matricula foi negada em função da sua deficiência”
Uma situação delicada aconteceu em Brusque na última semana. Uma aluna com autismo teve a sua matrícula negada no Colégio Cônsul Carlos Renaux. A reportagem da Rádio Cidade conversou com a mãe da criança, que se diz surpresa e nervosa com o que aconteceu. Carmine Nunes Freitas é mãe da Laura, de 12 anos.
Carmine explicou de forma cronológica como aconteceram os fatos. “Fomos em outubro conversar com as pessoas no educandário e explicar que a Laura é autista que teria algumas necessidades. Então, a equipe pedagógica nos recebeu e nós explicamos todas as situações. Foram feitas muitas perguntas, nós esclarecemos e eles pediram para aguardamos que seria marcada uma reunião com o diretor da escola”.
A reunião com o diretor aconteceu no dia seguinte. “Fomos recebidos, muito bem por sinal, pelo diretor da escola, que se mostrou ser um homem muito correto. Queria saber mais sobre a Laura, a conversa foi muito tranquila e proveitosa. Explicamos tudo mais uma vez, falamos que a Laura precisaria ter um professor dois, tudo que a lei de inclusão prevê. não pedimos nada além disso”.
A surpresa veio com uma ligação do educandário. “Na sexta-feira de manhã, fui pega no susto. Recebi a ligação do diretor e ele me disse: estou ligando, porque não vamos matricular a Laura, não temos condições hoje de atendê-la. Eu fiquei muito nervosa, em choque, não esperava uma atitude dessas do colégio mais antigo de Santa Catarina”, contou Carmine.
A mãe disse a reportagem que tentou um novo contato com a escola por telefone e e-mail, mas não foi atendida e que por isso decidiu tomar outras medidas. “Pedimos uma negativa por escrito para escola, dizendo porque a Laura não tinha sido aceita. Eles ignoraram, mandamos e-mails, tentamos telefonar e simplesmente não houve mais conversa. Então, decidimos tomar outras atitudes. Contratamos uma advogada, que fez uma notícia crime e protocolou na Delegacia de Polícia de Brusque”, relatou.
A intenção de Carmine não é mais conseguir a vaga para filha e sim evitar que situações semelhantes voltem a acontecer. “A gente não quer mais a vaga da Laura, não queremos que ela vá em uma escola que não aceita ela. Ela está matriculada em uma escola do estado, a Padre Lux. Queremos sim que outras famílias não passem por isso. Ao nosso ver foi uma atitude preconceituosa, discriminatória, a matrícula foi negada em função da sua deficiência”.
Ela disse que a Laura já está matriculada em outro colégio. “Ela foi muito bem recebida no Padre Lux, agradeço a equipe diretiva e professores pelo acolhimento. Ela já estudou em outras escolas e isso nunca havia acontecido”.
Procurada pela reportagem, a direção do educandário disse que retornaria os questionamentos, mas até a publicação da matéria isso não aconteceu.