Embora fale com cautela politica de quem ainda busca aliados para construir uma candidatura própria em que o nome principal pode ser qualquer um, o ex-secretário de desenvolvimento regional de Brusque, Jones Bósio, encampa firme o discurso de pré-candidato a prefeito na eleição do ano que vem. Situação que vem se confirmando nas andanças que ele tem feito desde que assumiu o comando do Democratas (DEM), após deixar o PSD, partido ao qual presidia também.
Em entrevista à Rádio Cidade nesta quinta-feira (3), Bósio deu sequência ao que tem pautado suas falas públicas nos últimos tempos: críticas ferrenhas ao governo interino de Roberto Pedro Prudêncio Neto (PSD). Partido, inclusive, o qual ele descarta de antemão qualquer aproximação ou acordo para a disputa do pleito em 2016. “Sem chances. O PSD é o PT enrustido”, disse Bósio no Programa Rádio Revista Cidade, destacando as duas legendas em que não haverá diálogo para composição.
Na entrevista, Bósio afirmou que o DEM tem planejamento para, se for necessário, enfrentar a disputa ao Executivo com chapa pura. Apesar disso, a intenção é compor alianças, algo que já vem sendo costurado há muito tempo.
Confira, a seguir, trechos da entrevista concedida à Rádio Cidade.
DEMOCRATAS EM 2016
Jones Bósio afirma que o partido está organizando uma equipe para alçar candidatura em chapa pura, se for o caso. Na pior das hipóteses, disse, a legenda tem tais condições. Isso por conta do número de dois mil filiados atingido mês passado. A intenção é somar mais mil até dezembro deste ano.
“Temos, hoje, 90 pré-candidatos a vereador. Fizemos um planejamento e atingimos dois mil filiados há quatro meses. Mais de 30% são mulheres. São de todos os setores, todos os bairros e todas as áreas”, pontua ele.
QUADRO DE CORRUPÇÃO NACIONAL E PARTICIPAÇÃO NA POLÍTICA
Bósio disse que tem visto de forma bem desenhada a ida do jovem para a política, como desafio de mudar o cenário atual. Outro quadro mostra as pessoas de meia idade saindo, desacreditadas por conta dos acontecimento envolvendo atos de corrupção, por exemplo. “Essas pessoas não querem falar em política, não querem filiar e se estão filiadas, pedem a desfiliação. Tivemos também desfiliações no DEM”, disse ele.
DEMANDA DA POPULAÇÃO
Os problemas na saúde são apontados por ele como um dos principais em praticamente todos os bairros de Brusque nas andanças que tem feito para buscar apoio ao pleito de 2016. Falta de medicamentos e médicos são dois deles. “Se o negócio do médico já é recorrente, então quando você é oposição não critique. Tem que ter cuidado e cautela ao dizer que você vai resolver se estiver lá. Aí você está lá e não resolve”, cutucou na direção de Roberto Prudêncio Neto.
Para ele, a falta de médicos pode ser resolvida com a contratação de dois profissionais para atenderem em dois períodos, mas sem reduzir os atuais salários. Algo que distancia a classe do serviço público, pois a maioria não quer trabalhar oito horas nas unidades se têm condições de obter ganhos maiores em estabelecimentos particulares e com período reduzido.
“Não é reduzindo a jornada de trabalho que vai se resolver os problemas financeiros. Quanto aos médicos, o problema é que tem que se cumprir uma jornada de oito horas e o salário não condiz para quem fez medicina. No próprio hospital já tem problema com médicos”.
CARGOS COMISSIONADOS E MÁQUINA INCHADA
Para Bósio, quando se tem crise financeira, enxuga-se a folha de pagamento e se investe sem setores como a saúde. “Com esses cargos que a Prefeitura hoje tem, se somar todos os cargos com gratificações, vamos ultrapassar os R$ 14 milhões por ano. Só de cargos comissionados e gratificações”, frisou ele.
As críticas são ao que considera um inchaço promovido pelo governo interino na Prefeitura com a contratação de comissionados. Em sua opinião, é possível administrar com menos pessoal, reduzindo o número de secretarias.
“Quando fui vereador com o Roberto, criticamos o ex-prefeito Paulo (Eccel) quanto ao número de secretarias. Agora, ele assume a Prefeitura e passa para 25 para agregar partidos e apoio na Câmara. Isso acarreta em mais gastos, mais cargos e nosso dinheiro indo para sustentação política”, finaliza.